São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009 |
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Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br
JUSTIÇA As meninas de Battisti
O dia 18 de março de 2008 foi de alívio e desespero para Valentina e Charlene, hoje com 24 e 14 anos, filhas do ex-militante de extrema esquerda Cesare Battisti. Nesta data, ele foi preso no Brasil, a pedido do Estado italiano, acusado de envolvimento em quatro assassinatos ocorridos na década de 70. Desde 2004, quando "papa" deixara a França, elas não tinham notícias dele, que fugira do país diante do fim da política Mitterrand de proteção a supostos perseguidos políticos, como até então Battisti era tido naquele país. Valentina e Charlene chegaram ao presídio da Papuda, em Brasília, na tarde da última quarta-feira, de surpresa. Em meio a muitas lágrimas, caçula no colo, o pai viveu a primeira das duas visitas que recebeu delas na semana. Em entrevista a Andréa Michael, elas disseram que o pai sempre foi muito exigente na escola e que, mesmo depois de ter se separado da mãe delas, Laurance, em 1996, esteve presente em suas vidas. Negam a possibilidade de que ele tenha participado de assassinatos e defendem seu refúgio político no Brasil, caso em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Questionada sobre a luta armada, Valentina diz que "esse não é o caminho". "Quando era jovem, meu pai viveu um tempo, um sonho. Eu sou contra a violência. A situação dele era diferente, era de quem achava que mudaria o mundo desta forma." Battisti era militante do PAC (Proletariados Armados pelo Comunismo). Foi condenado à prisão perpétua na Itália por crimes relacionados ao grupo. Sobre os assassinatos de que o pai é acusado, Valentina, que nasceu no México, um dos refúgios de Battisti, disse que já havia conversado com o pai. "Quando era criança, no México, nós brincávamos de mocinho e bandido. Ele conversava sobre essa situação comigo e me disse que nunca matou ninguém." Na frase em comum, dizem: "Queremos nosso pai de volta". E se o STF decidir extraditar Battisti? Charlene, com um sorriso nervoso: "Prefiro nem pensar nesta possibilidade". E Valentina: "Vivemos muitas desilusões, mas acreditaremos até o final em sua liberdade". As filhas de Battisti devem voltar a Paris, onde vivem, na próxima terça. Viajaram ao Brasil, segundo disseram à reportagem, graças a uma caixinha feita por amigos solidários à causa do ex-militante da extrema esquerda. Ronda escolar
Um aluno de 14 anos
flagrado com uma arma
de pressão Cybergun
I.M.I., réplica de pistola
israelense, conturbou
dois dos mais
conhecidos colégios de
São Paulo: o Vera Cruz e
o Rainha da Paz, no Alto
de Pinheiros. O
estudante, matriculado
no Vera Cruz, foi com ela
até a praça em frente ao
Rainha da Paz, a alguns
metros, e lá a exibiu a
amigos. Flagrado por um
inspetor do Rainha, foi
levado por uma ronda
escolar ao 14º DP. Um
boletim de ocorrência foi
registrado na presença
do pai do garoto -que
acabou expulso do Vera.
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