São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009

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Pinacoteca exibe novas leituras dos cubistas

Mostra com 40 obras de nomes como Gris e Monteiro "descentraliza" corrente

Curadoria do espanhol Eugenio Carmona foge dos famosos Picasso e Braque e traz trabalhos de artistas como Gontcharova e Gleizes


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Pinacoteca do Estado apresenta, a partir de hoje, uma mostra que atesta a pluralidade do cubismo. Também fica claro que o movimento, um dos principais das vanguardas modernas, não se restringe aos medalhões Picasso (1881-1973) e Braque (1882-1963).
"O Cubismo e Seus Entornos nas Coleções da Telefônica", com curadoria do espanhol Eugenio Carmona, também complementa exposições do museu paulistano, como a do francês Fernand Léger (1881-1955) em diálogo com a obra de Tarsila do Amaral (1886-1973).
"Devemos ter uma leitura da história da arte que considere a obra dos artistas sul-americanos em um mesmo nível que nomes mais estabelecidos da Europa. Vicente do Rego Monteiro [artista pernambucano, 1899-1970] e Emilio Pettoruti [artista argentino, 1892-1971] criavam ao mesmo tempo e com a mesma potência que cubistas famosos", diz Carmona.
As 40 obras exibidas procuram "descentralizar" a leitura crítica sobre tal vanguarda já na sala de entrada da exposição, que, justamente, tem obras de nomes sul-americanos. Além de Monteiro e Pettoruti, o destaque recai sobre guaches do poeta chileno Vicente Huidobro (1893-1948).
Onze trabalhos do espanhol Juan Gris (1887-1927) são o eixo da mostra e provam, segundo Carmona, que o cubismo é muito mais complexo do que comumente se estuda. "Gris deu ao cubismo um olhar múltiplo. Ele usa as cores de modo muito apurado e dialoga com outras escolas, como o futurismo. Também mistura o figurativo e o abstrato."
As outras duas salas exibem trabalhos de artistas como a russa Natalia Gontcharova (1881-1962) e o francês Albert Gleizes (1881-1953).


O CUBISMO E SEUS ENTORNOS NAS COLEÇÕES DA TELEFÔNICA

Quando: abertura hoje, às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h; até 1º/ 11
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, SP, tel. 0/xx/11/3324-1000); livre
Quanto: R$ 3 a R$ 6; sáb., grátis
Debate: hoje, às 11h30, com o curador e a professora Diana Wechsler (inscrições devem ser feitas às 10h30)




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