|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pinacoteca exibe novas leituras dos cubistas
Mostra com 40 obras de nomes como Gris e Monteiro "descentraliza" corrente
Curadoria do espanhol Eugenio Carmona foge dos famosos Picasso e Braque e traz trabalhos de artistas como Gontcharova e Gleizes
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Pinacoteca do Estado apresenta, a partir de hoje, uma
mostra que atesta a pluralidade
do cubismo. Também fica claro
que o movimento, um dos principais das vanguardas modernas, não se restringe aos medalhões Picasso (1881-1973) e
Braque (1882-1963).
"O Cubismo e Seus Entornos
nas Coleções da Telefônica",
com curadoria do espanhol Eugenio Carmona, também complementa exposições do museu
paulistano, como a do francês
Fernand Léger (1881-1955) em
diálogo com a obra de Tarsila
do Amaral (1886-1973).
"Devemos ter uma leitura da
história da arte que considere a
obra dos artistas sul-americanos em um mesmo nível que
nomes mais estabelecidos da
Europa. Vicente do Rego Monteiro [artista pernambucano,
1899-1970] e Emilio Pettoruti
[artista argentino, 1892-1971]
criavam ao mesmo tempo e
com a mesma potência que cubistas famosos", diz Carmona.
As 40 obras exibidas procuram "descentralizar" a leitura
crítica sobre tal vanguarda já na
sala de entrada da exposição,
que, justamente, tem obras de
nomes sul-americanos. Além
de Monteiro e Pettoruti, o destaque recai sobre guaches do
poeta chileno Vicente Huidobro (1893-1948).
Onze trabalhos do espanhol
Juan Gris (1887-1927) são o eixo da mostra e provam, segundo Carmona, que o cubismo é
muito mais complexo do que
comumente se estuda.
"Gris deu ao cubismo um
olhar múltiplo. Ele usa as cores
de modo muito apurado e dialoga com outras escolas, como o
futurismo. Também mistura o
figurativo e o abstrato."
As outras duas salas exibem
trabalhos de artistas como a
russa Natalia Gontcharova
(1881-1962) e o francês Albert
Gleizes (1881-1953).
O CUBISMO E SEUS ENTORNOS
NAS COLEÇÕES DA
TELEFÔNICA
Quando: abertura hoje, às 11h;
de ter. a dom., das 10h às 18h; até
1º/ 11
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da
Luz, 2, SP, tel. 0/xx/11/3324-1000); livre
Quanto: R$ 3 a R$ 6; sáb., grátis
Debate: hoje, às 11h30, com o curador e
a professora Diana Wechsler (inscrições devem ser feitas às 10h30)
Texto Anterior: Anarquista, pai do diretor adotou o nome Almereyda e morreu na prisão Próximo Texto: Repertório de Nazareth ganha show, site e disco Índice
|