da Reportagem Local

Ele trabalhou em alguns dos mais importantes filmes já feitos, caso a seleção tenha como critério efeitos especiais: "Parque dos Dinossauros", "O Exterminador do Futuro 2", "Guerra nas Estrelas - Edição Especial" e, recentemente, "Homens de Preto".
Com esse currículo, o norte-americano (e ex-músico) John Berton, 42, vem a São Paulo para uma palestra no dia 30, dentro da programação do evento Arte e Tecnologia, no Instituto Cultural Itaú.
Atualmente, Berton responde pelo cargo de supervisor de efeitos especiais da pioneira e hoje consagrada Industrial Light & Magic, criada por George Lucas.
Sua especialidade é computação gráfica, ou, mais precisamente, fazer personagens criados por computação gráfica serem capazes de contracenar com desenvoltura entre atores de carne e osso.
Segundo disse em entrevista por telefone à Folha, de San Francisco, Berton dedicará sua palestra inicialmente aos efeitos em "Homens de Preto", de Barry Sonnenfeld. O filme traz, por exemplo, a transformação de humanos em alienígenas grotescos.
"Quero mostrar os métodos que usamos na ILM. Nesse filme, foi muito interessante a utilização das duas técnicas, digital e tradicional. Misturamos criaturas feitas em computação gráfica com efeitos usando bonecos", afirmou.
Berton é daqueles que acreditam que os efeitos especiais estão se tornando cada vez mais importantes nos filmes. Isso porque, na opinião dele, qualquer filme -e não apenas blockbusters do tipo "Twister" ou "Velocidade Máxima"- podem fazer uso das técnicas com os mais variados fins. Um exemplo é "Forrest Gump".
No entanto, só efeitos não bastam. "Os diretores têm uma visão do que querem. Nós os ajudamos a encontrar maneiras de usar efeitos visuais para contar a história. Mas é preciso de uma boa história por trás. Efeitos não carregam um filme sozinho", afirmou.
O supervisor consegue identificar as qualidades necessárias para os interessados em trabalhar com efeitos especiais. "É preciso ter capacidade de solucionar problemas. Acho necessário uma combinação de domínio da técnica e habilidade artística. Os dois vão juntos", disse.
Guerra nas Estrelas
"Foi estranho retocar o que considero um clássico". A frase mostra o espírito da equipe que executou a edição especial -com cenas alteradas por computação gráfica- da trilogia "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, da qual Berton participou.
"Foi fascinante, foi uma oportunidade de trabalhar com Lucas. Ele tem uma habilidade tremenda para utilizar os efeitos especiais, e o faz de forma única. Entende como pegar as partes mais importantes do efeito para criar o maior impacto possível, sempre valorizando a história", afirmou.
Atualmente, o quarto filme da série está sendo rodado em locações na Tunísia e estúdios em Londres (Inglaterra).
Berton, como era de se esperar, fala pouco a respeito. "É certo que novas técnicas de efeitos serão utilizadas. "Guerra nas Estrelas", definitivamente, vai exigir tudo o que nós sabemos fazer e um pouco mais". O segredo a que ele se refere é relativo. Vide o site oficial da trilogia na Internet (leia texto ao lado). (PATRICIA DECIA)

Palestra: John Berton Quando: 30/09 às 19h30 Onde: Instituto Cultural Itaú (av. Paulista, 149, tel: 011/238-1768 ou 238-1816) Quanto: grátis. Inscrições antecipadas no ICI; 100 lugares


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