São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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Vida mundana é tema de Martins

DA SUCURSAL DO RIO

Luís Martins passa por um momento de redescoberta. Em 2003, sua filha, Ana Luisa Martins, lançou pela editora Planeta "Aí Vai Meu Coração -As Cartas de Tarsila do Amaral e Anna Maria Martins para Luís Martins". O livro começou a jogar nova luz sobre a vida e a obra do escritor.
Até conhecer Tarsila, Martins admirava as artes plásticas de modo diletante. A convivência com a pintora, a vida cultural em São Paulo e estudos o transformaram num respeitado crítico.
Mas ele nunca deixou de escrever sobre a vida mundana. Durante 35 anos, foi colunista de "O Estado de S. Paulo".
Tornou-se um nome muito conhecido em São Paulo e cada vez menos lembrado no Rio. "Lapa" foi um retrato importante daquele momento do Rio, mas meu pai se destacou mais como cronista", ressalta Ana Luisa, que está mergulhada nas crônicas de Martins. A idéia é lançar uma antologia.
Viver com uma mulher 21 anos mais velha e que tinha tido dois maridos era difícil nos anos 30. A família Amaral nunca aprovou.
Essa situação piorou em 1952, quando Martins deixou Tarsila e se casou com Anna Maria Coelho de Freitas, filha de uma prima da pintora e 17 anos mais jovem do que ele. O novo caos instalado entre os Amaral gerou fases de profunda depressão no escritor, mas não impediu que ele seguisse seu coração. "Luís era um sentimental", resume, carinhosamente, Moacir Werneck de Castro.


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