São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Comentário

Drum'n'bass é o mais autocentrado e exigente gênero da dance music

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Então o d+b, que estava fazendo hora extra no mundo, bateu as botas.
Faltou avisar a molecada que voltou a armar fila quilométrica no Lov.e, em São Paulo, para assistir a Marky e convidados; faltou avisar a Fabio e Grooverider, ingleses que estão firmes e fortes aos sábados à noite comandando programa de d+b na Radio 1; faltou avisar a Annie Mac, Mary Anne Hobbs e Pete Tong, outros DJs da Radio 1 (www.bbc.co.uk/radio1/), hoje a rádio pop mais importante do planeta; faltou avisar ao trio australiano Pendulum, que mistura d+b com rock; faltou avisar ao irlandês Calibre, produtor das melhores coisas da dance music hoje; faltou...
Talvez a sensação de que o drum'n'bass estivesse moribundo tenha vindo do fato de o gênero ter sido adotado maciçamente, no Brasil, pela periferia; tornou-se meio "maldito" para os clubes, organizadores de festas e até para a imprensa.
Também, ou devido a isso, o d+b é o gênero mais autocentrado da música eletrônica. Funciona como um universo à parte do tecno, da house, do electro e do trance, com suas festas, visual e regras próprios -suas batidas são quebradas, sincopadas, e não lineares como o que se encontra no restante da dance music.
O público de d+b é mais exigente do que o público médio da dance music. Um DJ como Marky toca vários "white labels" -faixas produzidas em escala pequena, para serem testadas nas pistas, muito antes do lançamento comercial.
E, além de tocar músicas novas, frescas, devem dar espetáculo -um bom DJ de d+b não se contenta apenas em deixar uma faixa rolando; deve desconstruí-la, colocar efeitos, fazer scratches; tudo isso sem deixar cair o ritmo da pista.
Por fim, o d+b não apenas não morreu como está em todo lugar; nos remixes roqueiros do High Contrast, no grime e Lady Sovereign, no pop da Lily Allen...


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