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TELEVISÃO
Crítica
"Laranja Mecânica" é a obra-prima de Kubrick
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se eu fosse produtor de um
filme, teria muito orgulho de
"Laranja Mecânica" (Cinemax, 23h05; 18 anos), que é
provavelmente a obra-prima
de Stanley Kubrick e um dos
filmes mais pessimistas sobre o
comportamento humano e as
tentativas, científicas ou não,
de chegar a controlá-lo ou a direcioná-lo.
A bárbara gangue que lidera
Malcolm McDowell é uma contradição em termos: parte do
belo (ele é fã perdido de Beethoven), mas só produz o horror. Os que se opõem a ele, os
cientistas, com sua terapia de
choque, não conseguem lá coisa muito melhor.
O horror se dissemina, parece estar em toda parte. Mas,
por Deus, disso Kubrick extrai
uma tal beleza que às vezes
chega a espantar.
Há algo de doentio nisso tudo, mas não ficamos alheios a
isso nunca.
Agora, se eu fosse produtor e
quisesse enriquecer, queria ter
produzido "Um Lugar Chamado Notting Hill", que passa
dia e noite na TV paga brasileira. Hoje é dia do A&E, às 22h30
(12 anos).
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