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PERSONALIDADE
Revisor da Revolução Inglesa e biógrafo de Cromwell, pensador marxista foi alvo de críticas e prêmios
Historiador inglês Christopher Hill morre aos 91
DA REDAÇÃO
Autor de estudos considerados
fundamentais para a compreensão do século 17 e biógrafo de Oliver Cromwell ("God's Englishman"), o historiador inglês Christopher Hill morreu na última segunda, aos 91 anos de idade. A
causa da morte não foi divulgada.
Em edição brasileira, sua obra
sobre Cromwell (1599-1658) -líder antimonarquista da Guerra
Civil Inglesa- tem o título de "O
Eleito de Deus - Oliver Cromwell e
a Revolução Inglesa" (Companhia das Letras).
"Ele [Hill" é a razão pela qual a
maioria de nós sabe alguma coisa
da história do século 17", escreveu
o jornal inglês "The Guardian", ao
noticiar a morte do historiador.
Com a publicação, em 1940, do
ensaio "A Revolução Inglesa de
1640", Hill deu início à revisão
histórica do período. Ele confronta a avaliação de que a guerra civil
havia sido uma aberração no curso da história da Inglaterra.
As discussões que se seguiram à
publicação do ensaio terminaram
com a criação do grupo de historiadores do Partido Comunista,
em 1946. Integravam o grupo
pensadores como Eric Hobsbawm, James Jeffreys, Maurice
Dobb e Edmund Dell. A partir dos
debates desses intelectuais surgiram trabalhos como "The Good
Old Cause" (A Boa Velha Causa),
publicado por Hill e Dell em 1949.
Socialista e leitor de Marx, Hill
passou o ano de 1935 na União
Soviética, quando se interessou
pela vida cotidiana na Rússia,
além de sua história política.
Crítico à relutância do Partido
Comunista em condenar a invasão da Hungria pela União Soviética em 1956, o historiador acabou
abandonando o partido.
A partir de 1957 começam a ser
publicados seus textos mais conhecidos, como "Puritanism e
Revolution" (Puritanismo e Revolução, 1958), "Origens da Revolução Inglesa" (1965) e "O Mundo
de Ponta-Cabeça" (1972), em que
analisa os diferentes grupos que
desafiaram a monarquia durante
o século 17.
Hill era viúvo e havia se aposentado como professor do Balliol
College da Universidade de Oxford, onde trabalhou de 1965 a
1978.
Depois da aposentadoria, lançou obras como "Some Intellectual Consequences of the English
Revolution" (Algumas Consequências Intelectuais da Revolução Inglesa, 1980) e "The Experience of Defeat" (A Experiência
da Derrota, 1984).
Considerado um pensador polêmico, foi criticado por outros
historiadores e recebeu diversos
prêmios por sua obra.
No Brasil, a obra de Hill foi editada pela Companhia das Letras
("O Eleito de Deus", "O Mundo
de Ponta-Cabeça") e pela Martins
Fontes ("Origens Intelectuais da
Revolução Inglesa").
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