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Crítica
Daniel Craig vive um 007 arrivista em "Cassino"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Daniel Craig, o novo James
Bond, corre mais em "007 -
Cassino Royale" (TC Pipoca,
17h35) do que seus predecessores em todos os filmes anteriores. Somados, bem entendido.
Tomemos o mais proeminente deles, e que serviu até
aqui de modelo a todos os demais: Sean Connery era, antes
de mais nada, um "bon vivant"
que parecia estar no ramo da
espionagem apenas para se divertir com os inimigos e seduzir belas garotas (se fossem
perversas vilãs, melhor). Connery fez de Bond um aristocrata de modos finos, remanescente legítimo de um poder que o Império Britânico já não
podia ostentar.
Daniel Craig, ao contrário,
não passa de um arrivista. Ele
pode reconhecer qualquer vinho, de qualquer safra. Mas a
gente olha na cara dele e nota
que isso só acontece porque fez
um cursinho sobre o assunto.
Craig não tem passado, é um
esforçado alpinista social que
parece estar na espionagem
por necessidade. Ele tem de se
afirmar produzindo: é um homem do novo século.
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