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RESENHA
Bibliografia rock é escassa
da Reportagem Local
A tese de mestrado de Valéria Brandini pousa no
grande deserto que é a documentação escrita da cultura rock and roll no Brasil.
Os 40 anos de acordes de
guitarra que separam Celly
Campello dos Raimundos
praticamente inexistem na
bibliografia do país.
Restrita a registros em
jornais e revistas, que estão
mais sujeitos a perdas e danos, a trajetória do rock merecia espaço maior em livros. Poucos autores arriscam uma empreitada assim
e, quando tomam essa decisão, optam quase sempre
pela obra destinada a um
personagem. Raul Seixas e
Renato Russo são os mais
cotados nessa galeria.
O trabalho de Valéria
Brandini ganha mais pontos ainda quando se observa nele a preocupação de relacionar causa e efeito nos
vários períodos do rock nacional. Se gravar um CD ficou mais fácil nos anos 90, o
problema da distribuição
dos discos continua sendo
um percalço.
Enquanto os roqueiros da
década passada só pensavam em gravar, a molecada
de hoje quer saber é quem
vai levar seu CD até o fã.
O exemplo acima é apenas
um dos sinais de amadurecimento da cena roqueira
alternativa no Brasil. Um
processo que merecia mais
registros como a tese da socióloga.
(TM)
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