São Paulo, Sábado, 27 de Março de 1999
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RESENHA
Bibliografia rock é escassa

da Reportagem Local

A tese de mestrado de Valéria Brandini pousa no grande deserto que é a documentação escrita da cultura rock and roll no Brasil. Os 40 anos de acordes de guitarra que separam Celly Campello dos Raimundos praticamente inexistem na bibliografia do país.
Restrita a registros em jornais e revistas, que estão mais sujeitos a perdas e danos, a trajetória do rock merecia espaço maior em livros. Poucos autores arriscam uma empreitada assim e, quando tomam essa decisão, optam quase sempre pela obra destinada a um personagem. Raul Seixas e Renato Russo são os mais cotados nessa galeria.
O trabalho de Valéria Brandini ganha mais pontos ainda quando se observa nele a preocupação de relacionar causa e efeito nos vários períodos do rock nacional. Se gravar um CD ficou mais fácil nos anos 90, o problema da distribuição dos discos continua sendo um percalço.
Enquanto os roqueiros da década passada só pensavam em gravar, a molecada de hoje quer saber é quem vai levar seu CD até o fã.
O exemplo acima é apenas um dos sinais de amadurecimento da cena roqueira alternativa no Brasil. Um processo que merecia mais registros como a tese da socióloga. (TM)


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