ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha

O escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, 72, recebe esta noite o título doutor honoris causa da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). A cerimônia acontece às 19h30 no auditório da reitoria, em Natal.
O reitor da UFRN, Ótom Anselmo de Oliveira, considera "uma honraria" para a universidade potiguar conceder esse título ao escritor. "Ele é tema de estudos de vários acadêmicos no Estado. Seu trabalho é universal."
Segundo o reitor, por definição estatutária, o título doutor honoris causa é concedido a pessoas que se destacam em serviços prestados à universidade ou à cultura de um modo geral. "Ariano Suassuna justificaria seu título por qualquer um desses critérios."
O Rio Grande do Norte está presente na vida e obra do autor. O avô de Ariano nasceu no Estado. Seu pai, João Suassuna, governou a Paraíba de 1924 a 1928 e foi advogado em Mossoró (RN) antes de iniciar-se na carreira política.
Ariano, ainda menino, chegou a residir em Natal. Sua família foi alvo de perseguições políticas que precederam a Revolução de 30 e foi acolhida pelo então governador potiguar Juvenal Lamartine.
Autor de 20 peças teatrais, dois ensaios e dois romances, Suassuna ingressou em 1946 na faculdade de direito de Recife (PE), onde fundou, com Hermilo Borba Filho, o Teatro do Estudante Pernambucano.
Em 1947, escreveu sua primeira peça, "Uma Mulher Vestida de Sol". Em 1950, formou-se advogado. Abandonou a advocacia em 1956 para dar aulas na Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1970, iniciou o "Movimento Armorial", interessando-se pela cultura popular tradicional. Ocupou o cargo de secretário de Cultura do Estado de Pernambuco de 1993 a 1997.
Foi eleito em 1989 para ocupar a cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Letras. Suassuna é colunista da Folha desde fevereiro do ano passado.



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