da Reportagem Local

Eles dançaram na abertura da Mostra do Redescobrimento, numa apresentação reservada apenas para algumas autoridades, entre eles os presidentes do Brasil e de Portugal.
Hoje, os índios das tribos mehinaku e xavante apresentam-se gratuitamente- e para quem quiser- no parque Ibirapuera.
São 48 índios que trazem suas tradições milenares para o espaço urbano, "como afirmação de identidade e preservação da cultura", segundo Jurandir Siridiwê Xavante, o diretor da produção.
Os xavantes da aldeia de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso, na maioria homens, possuem ritos fortes, com o tom guerreiro, de um povo que se alimenta, basicamente, com a carne dos animais que caçam.
Já os mehinakus, do alto Xingu, têm danças mais suaves, influenciadas por instrumentos de sopro, como a flauta, e se alimentam mais de peixes.
O cenário preparado para a apresentação é de terra batida, água e fogo. A iluminação busca recriar o espaço ritual de cada aldeia. Microfones estão enterrados para captar a força da movimentação dos pés.
A apresentação é um contraponto às comemorações dos 500 anos. Serão apresentados ritos de passagem. No domingo, as tribos entregaram uma carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, onde explicavam que os ritos são "o que há de mais profundo e verdadeiro da nossa tradição".
Quem quiser assistir à apresentação deve retirar os convites gratuitos nas lojas FNAC do Shopping Metrô Tatuapé, rua Domingos Agostim, s/n, ou em Pinheiros, na rua Pedroso de Moraes, 858. O evento hoje ocorre às 20h, no estacionamento do MAM, no parque Ibirapuera.
No próximo dia 5 de maio, os mehinakus e xavantes participam de um debate na Folha sobre "Cidadania Indígena".
(FCy)


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