São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2000


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Tom Zé mostra sua subversão de graça

especial para a Folha

O compositor e cantor Tom Zé retorna aos palcos de São Paulo para disparar suas desgarradas idéias musicais em mordazes descompassos de irônicos repentes. Suas canções têm estranhezas e desafios à imaginação.
Tom Zé faz arrastão nos parâmetros da música popular, via erudição formada em timbres modernos e contemporâneos. Com cortes e irrupções vocabulares, estudou samba e outros ritmos para subverter códigos em original processamento de dados e sonoridades brutalistas. Mental e sensorial, sua música é ginga nas ancas (bateria) e batuque na cabeça (cabaça). Com graça, a mistura arretada engrossa o caldo dissonante da voz, com farinha percussiva e carne de cordas.
O show traz peças inéditas, outras nunca gravadas, faixas do cd "Com Defeito de Fabricação" e surpresas. Jardineiro da música, Zé é exímio imprevisível (pelo caráter didático do contexto, podia cantar as antigas "Namorinho de Portão", "Sabor de Burrice" ou as que fez com os Mutantes - "2001", "Qualquer Bobagem").
Para ele, que provou do exílio e do venal mercado (voltou à indústria do disco pelas antenas de David Byrne nos anos 90), nosso grande "defeito" é "ousar, pensar, dançar". Jovens platéias têm se encantado com a carga da indignação crítica (estética e social) do Tom Zé. "Beleza demais é contravenção", diz.
(CARLOS ADRIANO)


Show: Tom Zé
Quando: hoje, às 20h
Onde: Universidade Anhembi-Morumbi (r. Dr. Almeida Lima, 900, tel. 0800-159020)
Quanto: grátis


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