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"Cem Melhores Contos" seleciona expoentes do gênero desde Machado
Contos aumentam pontos
ALVARO MACHADO
especial para a Folha
Se é verdade que "quem conta
um conto aumenta um ponto",
esta edição da grande feira do livro deve ganhar uma bateria de
pontos com os lançamentos de
sete editoras, todos de autores nacionais -com exceção de "Meu
Século", novo livro do Prêmio
Nobel de 1999, Günter Grass.
Elas destacam não apenas contos, mas crônicas e memórias, ou
seja, a linguagem originada em
formas orais, ou coloquiais, e cujas origens mais remotas situam-se nas narrativas dos mestres contadores de histórias do Oriente.
O carro-chefe entre esses lançamentos é um trabalho de fôlego
do organizador Italo Moriconi,
poeta e professor de literatura
comparada da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro):
"Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século" (Objetiva), um
cartapácio na voga de listagens
deste final de século, mas que promete se estabilizar como referência para o gênero.
O volume abrange desde a segunda fase de Machado de Assis
("Pai contra Mãe") até as perplexidades contemporâneas de Bernardo Carvalho ("Estão Apenas
Ensaiando") e Fernando Bonassi
("15 Cenas de Descobrimento de
Brasis"), definindo seis grandes
períodos da produção nacional.
Também notáveis são as homenagens e mesas redondas, em torno de Lygia Fagundes Telles. A escritora paulista lança "Invenção e
Memória" (Rocco).
No pólo oposto, avesso a badalações (porém um dissecador de
palavras), Marcelo Mirisola terá
lançado seu novo livro de contos,
"O Herói Devolvido" (editora 34).
Já a editora Civilização Brasileira investe no retorno das crônicas
impecáveis de Paulo Mendes
Campos (1922-1991), em dois
volumes: "Brasil Brasileiro" e
"Murais de Vinicius e Outros
Perfis", ambos com seleção de
Flávio Pinheiro.
Não poderia haver melhor
companhia para Mendes Campos do que "Aventuras do Braga" (editora Record), crônicas
do mestre maior Rubem Braga.
Memórias também falam alto
no evento. Ao lado do novo livro
de Zélia Gattai, "Città di Roma"
(Record), está o fundamental relançamento de "Balão Cativo",
de Pedro Nava (Ateliê Editorial).
O gênero também é curiosamente eleito por um jovem autor nordestino, escondido sob
pseudônimo (William L.) para
tratar de um mal absolutamente
na crista da onda, em "Dentro
da Chuva Amarela Memórias de
um Maníaco-Depressivo" (Geração Editorial).
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