São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2010

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Crítica

Velho Godard faz "Carmen" retumbante

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Carmen de Godard" (TC Cult, 18h30; 16 anos) merece o nome que tem (embora o filme também seja conhecido com o título "Prenome: Carmen"): nunca se viu uma Carmen como essa.
Para começar, o primeiro encontro com o tio (o próprio Godard em pessoa) acontece em um hospital.
Estamos em 1983 (ano em que o filme foi lançado) e quem está ali já é um velho cineasta, uma antiguidade. Fazia apenas 23 anos que Jean-Luc Godard havia colocado o cinema de pernas para o ar com "Acossado" (hoje cinquentão), mas o mundo já não queria saber dele (ou, talvez, do cinema).
Do outro lado, há uma retumbante Carmen (Maruschka Detmers), às voltas com uma gangue de assaltantes. Tudo o que ela queria com a visita, aliás, era uma chance para passar a perna no tio.
Ela, às vezes, parece mais uma personagem de Jean-Pierre Melville do que de Godard. Mas é uma Carmen, afinal, e será pelo segurança do banco que planeja assaltar que ela se apaixonará. Eis um longa fantástico: inesperado e esperado a cada instante.


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