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MÚSICA
Maior festival de música eletrônica do mundo traz precursores do gênero e importantes DJs da Europa e dos EUA
Homelands acende eletricidade britânica
LEANDRO FORTINO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
Está aberta a temporada 2000 de
festivais de música pop do verão
britânico.
Às 13h (horário inglês) de hoje,
a eletricidade invade sintetizadores e toca-discos do maior evento
de música eletrônica do mundo, o
Homelands.
Serão mais de cem atrações, entre DJs e sets ao vivo de som eletrônico.
Os músicos vão se dividir em 11
tendas levantadas na cidade de
Winchester (sul da Inglaterra).
Delas, ecoarão batidas de praticamente todas as velocidades até
as 6h do domingo.
Precursores do tecno
Em sua segunda edição, o Homelands retoma as origens da cena eletrônica inglesa ao colocar
como principais atrações duas figuras que ajudaram a levar os
"beats" eletrônicos do underground às paradas britânicas.
Primeiro, o cantor Ian Brown.
No final dos anos 80, a banda que
ele liderava, o Stone Roses, introduziu um novo rótulo à música
inglesa, o indie dance, misturando as batidas repetitivas da acid
house -estilo importado diretamente do verão de 88, em Ibiza
(no litoral espanhol)- com o
som das guitarras distorcidas que
os grupos ingleses conhecem
muito bem.
Já o DJ e produtor norte-americano Moby tornou-se bastante
conhecido por ser o primeiro
popstar do estilo tecno, consequência do sucesso da faixa "Go",
de 1991, feita em cima da base da
música-tema do seriado de TV
"Twin Peaks", realizado pelo cineasta David Lynch ("A Estrada
Perdida", "Veludo Azul").
No ano passado, a estrela de
Moby voltou a brilhar. Seu último
álbum, "Play", que mescla bases
eletrônicas com samples de blues
antigos e desconhecidos, emplacou no gosto da crítica, do público
e das agências de publicidade norte-americanas, que não param de
engordar a conta bancária do produtor com o pagamentos de direitos autorais pelo uso das faixas
desse disco em diversos comerciais de TV.
Representantes de peso
Mas, obviamente, um festival
tão grande não se resumiria apenas ao estilo de dois artistas.
Todos os gêneros da música eletrônica estarão representados no
Homelands 2000. Cada um com
representantes de peso.
O drum'n'bass, por exemplo,
gênero tipicamente inglês, terá
uma tenda específica.
O projeto Reprazent, de Roni Size, é a grande atração da arena
cinco, dedicada ao d'n'b.
Comandada pelo clube londrino The End, o palco contará também com Grooveryder, que já se
apresentou por aqui no Free Jazz
de 1997, e Fabio, que traz seus discos ao Brasil no próximo dia 10,
na primeira edição do festival
Skol Beats (leia texto nesta página).
Há ainda trance (Paul van Dyk,
Paul Oakenfold, Sasha), house
(Junior Sanches, Danny Rampling, Armand van Helden), big
beat (Jon Carter, Jacques lu Cont),
tecno (Sven Vath, Carl Cox, Kevin
Saunderson) e até rap, defendido
pelo veterano grupo norte-americano Public Enemy.
E, se o verão mal começou a esquentar a gélida ilha britânica, a
temperatura promete subir ainda
mais até o final de agosto.
Até agora, estão confirmados
pelo menos 11 festivais, que deverão esvaziar bastante os bolsos
dos fanáticos por música pop (leia
ao lado a programação dos festivais britânicos).
O jornalista Leandro Fortino viaja a
Londres a convite da organização do festival Skol Beats
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