São Paulo, sábado, 27 de maio de 2000


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MÚSICA
Maior festival de música eletrônica do mundo traz precursores do gênero e importantes DJs da Europa e dos EUA
Homelands acende eletricidade britânica

LEANDRO FORTINO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Está aberta a temporada 2000 de festivais de música pop do verão britânico.
Às 13h (horário inglês) de hoje, a eletricidade invade sintetizadores e toca-discos do maior evento de música eletrônica do mundo, o Homelands.
Serão mais de cem atrações, entre DJs e sets ao vivo de som eletrônico.
Os músicos vão se dividir em 11 tendas levantadas na cidade de Winchester (sul da Inglaterra).
Delas, ecoarão batidas de praticamente todas as velocidades até as 6h do domingo.

Precursores do tecno
Em sua segunda edição, o Homelands retoma as origens da cena eletrônica inglesa ao colocar como principais atrações duas figuras que ajudaram a levar os "beats" eletrônicos do underground às paradas britânicas.
Primeiro, o cantor Ian Brown. No final dos anos 80, a banda que ele liderava, o Stone Roses, introduziu um novo rótulo à música inglesa, o indie dance, misturando as batidas repetitivas da acid house -estilo importado diretamente do verão de 88, em Ibiza (no litoral espanhol)- com o som das guitarras distorcidas que os grupos ingleses conhecem muito bem.
Já o DJ e produtor norte-americano Moby tornou-se bastante conhecido por ser o primeiro popstar do estilo tecno, consequência do sucesso da faixa "Go", de 1991, feita em cima da base da música-tema do seriado de TV "Twin Peaks", realizado pelo cineasta David Lynch ("A Estrada Perdida", "Veludo Azul").
No ano passado, a estrela de Moby voltou a brilhar. Seu último álbum, "Play", que mescla bases eletrônicas com samples de blues antigos e desconhecidos, emplacou no gosto da crítica, do público e das agências de publicidade norte-americanas, que não param de engordar a conta bancária do produtor com o pagamentos de direitos autorais pelo uso das faixas desse disco em diversos comerciais de TV.

Representantes de peso
Mas, obviamente, um festival tão grande não se resumiria apenas ao estilo de dois artistas.
Todos os gêneros da música eletrônica estarão representados no Homelands 2000. Cada um com representantes de peso.
O drum'n'bass, por exemplo, gênero tipicamente inglês, terá uma tenda específica.
O projeto Reprazent, de Roni Size, é a grande atração da arena cinco, dedicada ao d'n'b.
Comandada pelo clube londrino The End, o palco contará também com Grooveryder, que já se apresentou por aqui no Free Jazz de 1997, e Fabio, que traz seus discos ao Brasil no próximo dia 10, na primeira edição do festival Skol Beats (leia texto nesta página).
Há ainda trance (Paul van Dyk, Paul Oakenfold, Sasha), house (Junior Sanches, Danny Rampling, Armand van Helden), big beat (Jon Carter, Jacques lu Cont), tecno (Sven Vath, Carl Cox, Kevin Saunderson) e até rap, defendido pelo veterano grupo norte-americano Public Enemy.
E, se o verão mal começou a esquentar a gélida ilha britânica, a temperatura promete subir ainda mais até o final de agosto.
Até agora, estão confirmados pelo menos 11 festivais, que deverão esvaziar bastante os bolsos dos fanáticos por música pop (leia ao lado a programação dos festivais britânicos).


O jornalista Leandro Fortino viaja a Londres a convite da organização do festival Skol Beats

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