São Paulo, sábado, 27 de maio de 2000


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DIÁLOGOS IMPERTINENTES

Avanço tecnológico altera papel da mídia

DA REPORTAGEM LOCAL

O jornalista e cientista social Ciro Marcondes Filho (professor titular da ECA-USP) acha que as novas tecnologias estão alterando o papel da mídia. O também jornalista Marco Antônio Araújo (professor titular da Faculdade Cásper Líbero) concorda, mas não relaciona a mudança só ao avanço tecnológico. A mídia foi discutida no último "Diálogos Impertinentes", série promovida pela Folha, PUC-SP e Sesc.
Mediaram o debate Mário Sérgio Cortela, do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP, e Sérgio Dávila, então editor da Ilustrada.
Para Marcondes Filho, a sociedade virtual muda a sociedade midiática anterior. Araújo, diretor de redação das revistas "Educação", "Ensino Superior" e "Fera", disse que tecnologia sempre houve. "No mundo real, o computador ainda é proibitivo e circula num extrato social limitado."
Para ele, a mudança ocorre especialmente devido à autonomia do cidadão e de grupos sociais. Cita como exemplo o debate em torno do presidencialismo e parlamentarismo.
"Desconheço um grande veículo de comunicação que tenha adotado a bandeira do presidencialismo. O resultado a gente viu nas ruas, no plebiscito."
A imprensa deve publicar fatos particulares sobre pessoas públicas? Para Marcondes Filho, casos como o do presidente Bill Clinton não fazem parte do jornalismo brasileiro. "Não me parece que isso seja bom jornalismo."
Araújo discorda: "Acho importante saber a personalidade moral de uma pessoa pública. Saber se FHC é ateu é relevante aos religiosos. Se ele quer ser político, que pare para pensar a chance que tem um ateu na vida pública."


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