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ASSALTE O SISTEMA
Em entrevista à Folha, baixista do System of a Down defende o direito de baixar músicas na internet
"Não vou condenar quem não tem US$ 15", diz músico
DA REPORTAGEM LOCAL
Leia a seguir outros trechos da
entrevista com o baixista Shavo
Odadjian, da banda System of a
Down.
(DIEGO ASSIS)
Folha - "Steal This Album!" fala
em 16 canções "inéditas". Acredita
que seja ainda possível usar esse
termo quando discos inteiros vazam pela internet semanas antes
de seu lançamento?
Shavo Odadjian -Possível é, mas
muito difícil. O que acontece geralmente é que a música vaza por
alguém que trabalha no estúdio
de gravação, que passa para um
amigo, o amigo passa para outro,
que põe na internet etc. No começo, isso nos incomodava, mas
agora não nos importamos muito, contanto que você ouça e fique
satisfeito, a música vem antes.
Folha - Você é partidário dos argumentos do anticopyright (ou
copyleft)?
Odadjian - Tenho sentimentos
muito confusos a esse respeito.
Sendo um artista, acho injusto
que nossa música seja explorada
de um modo que não gostaríamos
que fosse. Mas, como fã e ouvinte,
acho importante que tenham
acesso a ela.
Folha - Você baixa músicas pela
internet?
Odadjian - Não. Só faço download das coisas que não tenho
como comprar. Não estou dizendo que baixar música é o mal em
si. Só discordo. Pessoalmente, se
quero um álbum, vou comprar,
como fiz com o novo do Deftones,
que acabou de sair. O empresário
deles é o mesmo que o meu (risos), mas, mesmo assim, preferi
apoiar, porque eu posso. Mas não
vou condenar aquele garoto que
não tem os US$ 15 na carteira. Ele
também merece ouvir a música.
Folha - De que época são as faixas
de "Steal This Album!"? Por que
lançá-las só agora?
Odadjian - São músicas de quatro ou cinco anos atrás. Queríamos lançá-las em "Toxicity" ou
em discos anteriores, mas nunca
havia espaço para elas. Um bom
álbum deve ser encarado como
um quadro, você não pode colocar muitos elementos senão estraga. Sempre comparo com discos de hip hop, que têm sempre de 17
a 20 músicas, e você só se lembra
de quatro ou cinco. Você mal ouve todas elas, vai pulando. Tentamos fazer um álbum em que você aperta "play" e não precisa apertar "stop" ou "ffw".
Folha - Sobraram algumas?
Odadjian - Sim. E ninguém as
tem. Só nós! Provavelmente umas
cinco ou mais. Estaremos prontos
para começar a fazer um disco
novo em breve. Vamos entrar no
estúdio neste verão [americano].
Folha - E, depois disso, vocês vêm
ao Brasil?
Odadjian - Provavelmente no ano que vem. Assim que estivermos com esse material gravado, vamos tentar passar por aí.
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