|
Texto Anterior | Índice
Cineasta Sydney Pollack morre aos 73, de câncer
Diretor americano ganhou o Oscar por "Entre Dois Amores", em 1985
Em filmes como "A Noite dos Desesperados" e "Tootsie", ele mostrou uma de suas principais características: a boa condução de atores
Michel Spingler - 8.set.2006/Associated Press
| Sydney Pollack, ao receber um prêmio na França, há dois anos |
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Morreu ontem em sua casa
em Los Angeles, aos 73 anos, o
cineasta, ator e produtor
Sydney Pollack, um dos mais
importantes do cinema americano nas últimas décadas. De
acordo com sua família, a causa
da morte foi câncer.
Ganhador do Oscar de direção em 1985 por "Entre Dois
Amores", foi indicado para o
prêmio também por seu trabalho em "A Noite dos Desesperados" (1969) e "Tootsie" (1982).
Nascido em 1º de julho de
1934 em Lafayette, Indiana,
Pollack se mudou para Nova
York aos 17 anos, com a intenção de ser ator. Estudou teatro
no Neighborhood Playhouse e
em seguida tornou-se professor na mesma escola.
Na televisão e no cinema, começou como instrutor de atores mirins e juvenis, mas logo
passou à direção, tendo assinado episódios de séries televisivas de sucesso, como "Ben Casey", "O Fugitivo" e "O Homem
Alto", na primeira metade dos
anos 60.
Estreou na direção de longas-metragens em 1965, com
"Uma Vida em Suspense", mas
conseguiu chamar a atenção da
crítica com seu filme seguinte,
"Esta Mulher É Proibida"
(1966), estrelado por Natalie
Wood e Robert Redford.
Realizou seus filmes de
maior empenho político e estético no final dos anos 60 e início
dos 70: "A Noite dos Desesperados", "Nosso Amor de Ontem", conciliando sucesso de
crítica e de público.
Depois disso, acomodou-se
um pouco às fórmulas do cinema de gênero, conseguindo às
vezes resultados notáveis, como na comédia "Tootsie" e no
drama "Entre Dois Amores",
baseado em romance de Isak
Dinesen.
Durante toda a sua carreira
de diretor, não deixou de trabalhar ocasionalmente como
ator, às vezes sob a batuta de
grandes cineastas, como
Woody Allen (em "Maridos e
Esposas") e Stanley Kubrick
("De Olhos Bem Fechados").
Sua última aparição como
ator ocorreu no ano passado,
no filme "Conduta de Risco"
("Michael Clayton"), de Tony
Gilroy, do qual foi também produtor. Os últimos longas que
dirigiu foram "A Intérprete",
com Nicole Kidman, e o documentário "Sketches of Frank
Gehry", ambos de 2005.
Nos últimos anos, Pollack
atuou intensamente como produtor de filmes independentes.
Em parceria com Anthony
Minghella (de "O Paciente Inglês", morto em março deste
ano), dirigia a produtora Mirage Enterprises, responsável,
entre outros, pelo longa "Cold
Mountain", de Minghella.
Em grande parte graças à sua
origem teatral e a seu exercício
constante do ofício de ator, Pollack foi um bem-sucedido diretor de atores. Sob seu comando brilharam astros como Burt
Lancaster, Jane Fonda, Al Pacino, Meryl Streep, Dustin Hoffman, Robert Redford e Barbra
Streisand. Alguns ganharam
Oscars atuando em seus filmes.
Ao lado de cineastas como
Mike Nichols e Barry Levinson,
Pollack ajudou a revalorizar o
trabalho do ator e a renovar o
"star system" hollywoodiano
num contexto em que os astros
não estavam mais submetidos
por longos contratos aos estúdios cinematográficos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Filarmônica: Soldagem no teto causou incêndio em Berlim Índice
|