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CRÍTICA AÇÃO
Caine constrange como pastiche de Charles Bronson
Dirigido por Daniel Barber, "Harry Brown" traz militar aposentado que resolve vingar a morte de um amigo
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Michael Caine é um ator
que não sabe dizer "não".
Como explicar que o mesmo sujeito que ganhou dois
Oscar e é o único ator, junto a
Jack Nicholson, a receber indicações ao prêmio em todas
as décadas desde os anos 60,
possa ter atuado em abacaxis
como "O Enxame" (1978),
"Dramático Reencontro no
Poseidon" (1979), "Feitiço do
Rio" (1984) e "Tubarão - A
Vingança" (1987)?
O próprio Caine disse certa
vez: "Não vi "Tubarão - A Vingança", me disseram que é
terrível. Mas vi a casa que
comprei com o filme, e ela me
parece magnífica".
"Harry Brown", o mais recente filme de Michael Caine,
deverá ser lembrado no futuro como mais um escorregão
do ator. Trata-se de um filme
de justiceiro na linha "Desejo
de Matar", a popular série
com Charles Bronson.
Caine interpreta um militar aposentado que mora
num subúrbio de Londres. O
lugar lembra o centro de São
Paulo, dominado por bandidos que atormentam os vizinhos e passam as tardes fumando crack na rua. Harry
não aguenta tanta baixaria e
sai matando os meliantes.
Se os justiceiros interpretados por Bronson, Steven
Seagal, Van Damme e Chuck
Norris tinham um certo charme "trash", o mesmo não se
pode dizer de "Harry
Brown". Ver o quase octogenário Michael Caine perseguindo bandidos de 18 anos é
mais triste que engraçado.
HARRY BROWN
DIREÇÃO Daniel Barber
PRODUÇÃO Reino Unido, 2009
DISTRIBUIDORA Flashstar
COM Michael Caine e Emily Mortimer
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO regular
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