São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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CRÍTICA AÇÃO

Caine constrange como pastiche de Charles Bronson

Dirigido por Daniel Barber, "Harry Brown" traz militar aposentado que resolve vingar a morte de um amigo

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Michael Caine é um ator que não sabe dizer "não".
Como explicar que o mesmo sujeito que ganhou dois Oscar e é o único ator, junto a Jack Nicholson, a receber indicações ao prêmio em todas as décadas desde os anos 60, possa ter atuado em abacaxis como "O Enxame" (1978), "Dramático Reencontro no Poseidon" (1979), "Feitiço do Rio" (1984) e "Tubarão - A Vingança" (1987)?
O próprio Caine disse certa vez: "Não vi "Tubarão - A Vingança", me disseram que é terrível. Mas vi a casa que comprei com o filme, e ela me parece magnífica".
"Harry Brown", o mais recente filme de Michael Caine, deverá ser lembrado no futuro como mais um escorregão do ator. Trata-se de um filme de justiceiro na linha "Desejo de Matar", a popular série com Charles Bronson.
Caine interpreta um militar aposentado que mora num subúrbio de Londres. O lugar lembra o centro de São Paulo, dominado por bandidos que atormentam os vizinhos e passam as tardes fumando crack na rua. Harry não aguenta tanta baixaria e sai matando os meliantes.
Se os justiceiros interpretados por Bronson, Steven Seagal, Van Damme e Chuck Norris tinham um certo charme "trash", o mesmo não se pode dizer de "Harry Brown". Ver o quase octogenário Michael Caine perseguindo bandidos de 18 anos é mais triste que engraçado.


HARRY BROWN

DIREÇÃO Daniel Barber
PRODUÇÃO Reino Unido, 2009
DISTRIBUIDORA Flashstar
COM Michael Caine e Emily Mortimer
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO regular




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