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TELEVISÃO
Cultura resgata contribuição de Simonal
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos anos 60, na época áurea da
jovem guarda, Wilson Simonal rivalizava com Roberto Carlos em
popularidade. Mas seu suposto
envolvimento com o regime militar e suspeitas de que tivesse atuado como delator fizeram-no cair
no ostracismo.
O intérprete de clássicos como
"Meu Limão, Meu Limoeiro",
"Rapaz de Bem" e "País Tropical"
só conseguiu sair de sua condição
de quase esquecimento quando
morreu, no último dia 25 de junho. Hoje, às 22h30, a Cultura
promove um resgate da contribuição de Simonal à MPB, com
um especial que reúne diversas
imagens de arquivo.
Entre os principais momentos
do programa figura uma participação do cantor no "Programa
Flávio Cavalcante", em que se
apresentou ao lado da diva do jazz
Sarah Vaughan. A atração exibe
ainda trechos do "Simonal Especial", exibido pela extinta Tupi no
início dos anos 70.
No especial, Simonal empresta
sua bela voz a célebres canções da
música brasileira e internacional.
Entre elas estão "The Shadow of
Your Smile", "Happy Days", "Time After Time", "Till the Next Time", que canta em parceria com
Vaughan, "De Conversa em Conversa", "Minha Namorada",
"Uno", "Balanço Zona Sul", "Lígia" e "Sá Marina".
Um dos destaques da atração é a
entrevista com o cantor Max de
Castro, filho de Simonal, para
quem o pai é um artista inclassificável, incapaz tanto de ser incorporado pela tropicália -devido
ao seu swing-, como pela jovem
guarda -graças a sua sofisticação- ou pela bossa nova -que
não admitia seu canto para fora,
incompatível com o intimismo típico do estilo. Castro aproveita
também para cantar um dos hits
de seu pai, "País Tropical".
A trajetória musical de Simonal
teve início nos coros de igreja dos
quais participou. No Exército, auxiliou os colegas a melhor interpretar hinos. Começou a se popularizar em 61, pelas mãos de Carlos Imperial, que o levou para seu
programa, "Os Brotos Comandam", e contribuiu para que ele
gravasse "Teresinha".
Dois anos depois, o cantor lançou seu primeiro disco. Pouco depois, foi levado por Luís Carlos
Miéle e Ronaldo Bôscoli para cantar no Beco das Garrafas. Nessa
fase, lançou "A Nova Dimensão
do Samba", tido como um de seus
melhores álbuns.
Pouco depois, foi acusado de ser
informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), o que levou sua carreira a
entrar em declínio.
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