São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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TELEVISÃO
Cultura resgata contribuição de Simonal

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos anos 60, na época áurea da jovem guarda, Wilson Simonal rivalizava com Roberto Carlos em popularidade. Mas seu suposto envolvimento com o regime militar e suspeitas de que tivesse atuado como delator fizeram-no cair no ostracismo.
O intérprete de clássicos como "Meu Limão, Meu Limoeiro", "Rapaz de Bem" e "País Tropical" só conseguiu sair de sua condição de quase esquecimento quando morreu, no último dia 25 de junho. Hoje, às 22h30, a Cultura promove um resgate da contribuição de Simonal à MPB, com um especial que reúne diversas imagens de arquivo.
Entre os principais momentos do programa figura uma participação do cantor no "Programa Flávio Cavalcante", em que se apresentou ao lado da diva do jazz Sarah Vaughan. A atração exibe ainda trechos do "Simonal Especial", exibido pela extinta Tupi no início dos anos 70.
No especial, Simonal empresta sua bela voz a célebres canções da música brasileira e internacional. Entre elas estão "The Shadow of Your Smile", "Happy Days", "Time After Time", "Till the Next Time", que canta em parceria com Vaughan, "De Conversa em Conversa", "Minha Namorada", "Uno", "Balanço Zona Sul", "Lígia" e "Sá Marina".
Um dos destaques da atração é a entrevista com o cantor Max de Castro, filho de Simonal, para quem o pai é um artista inclassificável, incapaz tanto de ser incorporado pela tropicália -devido ao seu swing-, como pela jovem guarda -graças a sua sofisticação- ou pela bossa nova -que não admitia seu canto para fora, incompatível com o intimismo típico do estilo. Castro aproveita também para cantar um dos hits de seu pai, "País Tropical".
A trajetória musical de Simonal teve início nos coros de igreja dos quais participou. No Exército, auxiliou os colegas a melhor interpretar hinos. Começou a se popularizar em 61, pelas mãos de Carlos Imperial, que o levou para seu programa, "Os Brotos Comandam", e contribuiu para que ele gravasse "Teresinha".
Dois anos depois, o cantor lançou seu primeiro disco. Pouco depois, foi levado por Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para cantar no Beco das Garrafas. Nessa fase, lançou "A Nova Dimensão do Samba", tido como um de seus melhores álbuns.
Pouco depois, foi acusado de ser informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), o que levou sua carreira a entrar em declínio.


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