São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2001

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Eletrofreaks

O francês Sebastien Tellier e a dupla Matmos, dos EUA, celebram a estranheza em CDs

Novas caras da música eletrônica


O francês Sebastien Tellier e o duo americano Matmos têm em comum o gosto pelo bizarro. Em seu CD de estréia, "L'Incroyable Vérité", Tellier é apadrinhado pelo duo Air e se inspira em Pink Floyd. Usando sons de cirurgias, como lipoaspiração ou rinoplastia, o Matmos ousa com "A Chance to Cut Is a Chance to Cure".


CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 26 anos, o francês Sebastien Tellier quer levar a alma das pessoas a lugares desconhecidos. Não tem, para isso, uma máquina de teletransporte, mas o novo CD "L'Incroyable Vérité".
Se não mexeu com as almas do mundo, o disco já conseguiu até aqui mudar a vida de seu criador. Tellier apareceu nas revistas "The Face" e "Les Inrockuptibles".
A música de Sebastien Tellier conseguiu ainda entusiastas importantes. Entre eles, o duo eletrônico Air, também francês.
A dupla gostou tanto do som intrigante de Tellier que montou uma gravadora -a Record Makers- especialmente para lançar esse disco e catapultar o afilhado.
Mas o que esse jovem francês faz de tão especial? "Música para induzir mudança de vida", explicou ele em entrevista, por telefone, à Folha, de sua casa, em Paris. Bonito, lento e incômodo, o álbum pode até fazer isso. Leia, a seguir, trechos da entrevista.

Folha - "L'Incroyable Vérité" é o primeiro lançamento da Record Makers e talvez por isso muitos esperavam um CD mais rápido, mais eletrônico...
Sebastien Tellier -
Tinha vontade de fazer um disco bem diferente do que os que têm sido feitos na França. Procurei meios de ser moderno e acabei encontrando um novo papel para a música. Não que eu ache que a música sozinha seja capaz de mudar as coisas, mas acredito que através dela seja possível contar a história do mundo. Queria descrever a vida de homens e mulheres de verdade. As coisas que se passam dentro das pessoas.

Folha - O CD faz referências à Grécia. Você tem ascendência grega?
Tellier -
Não. Mas adoro o imaginário grego. Aquelas estátuas brancas, o mar azul.

Folha - Qual é a sua formação musical?
Tellier -
Quando fiz 11 anos, meu pai me deu de presente um estúdio caseiro. A partir daí, larguei meus brinquedos e passava meus dias fuçando naquilo. Comecei a tocar instrumentos também, ao mesmo tempo em que me interessava cada vez mais pelo lado eletrônico da música.

Folha - Atualmente o que tem servido como fonte de inspiração musical?
Tellier -
Adoro Aphex Twin e escuto muito um grupo japonês chamado Boredoms. E, claro, ouço sempre Pink Floyd.



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