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Crítica
Donner filma amor inviável com delicadeza
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Ladyhawke - O Feitiço de
Áquila" (Fox, 10h) é de um
tempo em que Rutger Hauer
era uma esperança, Michelle
Pfeiffer, pouco mais que a garota-propaganda dos sabonetes
Lux, e Matthew Broderick,
quase um iniciante.
Richard Donner, o diretor do
filme, foi, no entanto, uma surpresa. Especialista em lidar
com maquinários pesados que
nunca chegam a se completar,
aqui realizou uma aventura
quase intimista e se completou:
o filme, de meados dos anos 80,
foi moda por alguns anos.
Revê-lo agora pode ser interessante e até mesmo renovar
essa história de amor maldito,
ou antes, vítima de uma maldição, segundo a qual o homem
se transforma em lobo, à noite,
enquanto a mulher vira águia,
de dia.
Em suma, trata-se da paixão
de dois amantes que nunca podem se encontrar enquanto
humanos. Daí a imagem-síntese desse filme tão romântico
ser Hauer caminhando com
uma águia pousada em seus
ombros. Imagem sensível, como o filme é.
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