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°16º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS
Três produções são exibidas juntas
São Paulo assiste a curtas de diretores do Dogma
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE DOMINGO
Antes de se tornar um dos principais nomes do cinema dinamarquês e um dos propagandistas do
movimento Dogma com "Festa
de Família", Thomas Vinterberg
(nascido em 1969) era um bem-sucedido diretor de curtas-metragens. Em 1993, fez "Último
Round", que foi indicado para o
Oscar. No ano seguinte, realizou
"O Menino que Andava para
Trás", prêmio do público no festival de curtas de Clermont-Ferrand (França).
Este último filme será exibido
hoje, no MIS, em São Paulo, no
16º Festival Internacional de Curtas-Metragens. Dura cerca de 37
minutos. Será acompanhado de
"Ansiedade" (2001, 34 min), de
Christoffer Boe, e de "Final de Semana Perdido" (1999, 35 min), de
Dagur Kári. Os três filmes foram
reunidos pelo festival na rubrica
"Dez Anos de Dogma", em referência ao manifesto lançado em
1995 por Lars Von Trier, Vinterberg e outros, que postula um cinema muito direto, informal, anticonvencional e provocador.
O dinamarquês Boe, nascido
em 1974, é o interessante diretor
de "Reconstrução de um Amor",
premiado no Festival de Cannes
com a Caméra d'Or em 2003 e que
já foi exibido no Brasil. Dagur Kári é de origem islandesa, nasceu
em Paris em 1973, estudou cinema na Dinamarca e em 2003 lançou o longa "Nói Albinói", filme
que virou cult entre os hipermodernos europeus e até hoje não
entrou em cartaz nos cinemas
brasileiros.
O filme de Vinterberg é o mais
inteiro, seguro e comovente. É a
história do trabalho de luto de um
garoto que perdeu seu irmão num
acidente de moto. O diretor se sai
relativamente bem, embora sem
brilho, da difícil tarefa de filmar a
confrontação de uma criança
com a morte. "Ansiedade", de
Boe, sobre um rapaz em crise
amorosa, é uma bobagem descomunal, de um experimentalismo
tosco e sem rumo. "Fim de Semana Perdido", de Dagur Kári, mergulha no vazio existencial da vida
de um DJ com lentas seqüências
construídas por uma fotografia
melancólica e de forte contraste,
mas que não esconde a reflexão
ginasiana e esquemática do filme,
coisa tão freqüente nos curta-metragens de estreantes.
Dez Anos de Dogma
Quando: hoje, às 21h, no MIS (av.
Europa, 158, SP, tel. 0/xx/11/3062-9197);
amanhã, às 20h, no Cinesesc (r. Augusta,
2.075, SP, tel. 0/xx/11/3082-0213)
Quanto: entrada franca
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