São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2001

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NEGÓCIOS

Indústria de livros fatura R$ 2 bilhões


O mercado editorial brasileiro superou o valor arrecadado com vendas pela indústria fonográfica nos últimos anos


ANGELO SASTRE
DAS REGIONAIS

As editoras nacionais produziram 45.111 títulos novos no ano passado, o que representa um crescimento de 100,6% em relação a 1990, quando foram publicados 22.479 títulos. A ascensão fez o setor superar a indústria fonográfica, que possui um maior apelo popular, porém não vem registrando aumento nas vendas
Nos últimos dez anos, o faturamento do setor contou com um aumento de 122,2%. Em 1990, as editoras movimentaram R$ 901,5 milhões (valores atualizados). Em 2000, o setor faturou R$ 2 bilhões, segundo dados da CBL (Câmara Brasileira do Livro).
A indústria fonográfica está com o faturamento estabilizado. Entre 1997 e 2000, enquanto o mercado editorial manteve o faturamento entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões, a venda de discos permaneceu em R$ 1,3 bilhão.
De acordo com representantes do mercado editorial, o crescimento é positivo, mas a literatura ocupa uma pequena parcela do mercado cultural em relação a outros países, com uma produção literária semelhante.
No Brasil, que possui 169,5 milhões de habitantes, foi produzido um livro para cada 3.757 pessoas. Na Espanha, que tem uma população de 39,6 milhões e produziu 62.224 livros em 2000, a relação é de um exemplar a cada grupo de 636 pessoas.
Para o presidente da Abrelivros (Associação Brasileira dos Editores de Livros), Wander Soares, o crescimento é positivo, porém não representa uma megaexpansão do setor ou uma mudança de hábito em relação à literatura.
De acordo com ele, atualmente os projetos dos governos federal e estadual são os responsáveis pela aquisição de um terço do que é produzido pelo mercado.
"Cerca de 70% dos livros didáticos são adquiridos pelos projetos governamentais. Agora, se considerarmos todos os gêneros literários, o governo adquire cerca de dois terços da produção. Houve um aumento de títulos novos. Porém o aumento no faturamento não está relacionado a novos compradores", disse Soares.



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