São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Juliette Lewis põe fogo em sua carreira

Juliette and the Licks toca no VMB hoje e em outubro no Tim Festival

Atriz-cantora, que fundou a banda há quatro anos, deixou bem-sucedida trajetória no cinema de lado para trabalhar com música

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma jovem atriz que monta uma banda de rock costuma levantar suspeitas sobre a qualidade de sua música. E se ela tiver no currículo indicação ao Oscar e filmes de sucesso?
"Não me ajudou em nada ser atriz", diz Juliette Lewis, 34. Há quatro anos, ela montou a banda Juliette and the Licks, que toca hoje à noite na entrega do VMB e, no fim de outubro, apresenta-se no Tim Festival.
"Não faria diferença se eu fosse cozinheira ou mecânica, o trabalho é o mesmo. O bom é que muita gente me conhece do cinema, mas também há quem ache que, por eu ser atriz, a banda não é séria ou que o som seja horrível", diz Juliette.
Não é essa a opinião dos críticos -um deles a descreveu como "PJ Harvey com adrenalina". O segundo álbum da banda, "Four on the Floor", foi elogiado pela imprensa européia e emplacou ao menos um hit, "Hot Kiss", parceria de Juliette e do guitarrista Todd Morse.
"Para o segundo disco, desenvolvemos juntos as letras e todo o processo de gravações. Acho que crescemos e nos tornamos melhores. Mas o que realmente me deixa feliz é que a maioria das pessoas nos conhecem porque nossos shows são divertidos e animados."
Há dois anos dormindo em ônibus e sem folga desde o Natal do ano passado, Juliette não se cansa de falar da importância que as apresentações ao vivo têm para ela.
"A música agora é tocar ao vivo e encontrar seu público", diz. "Abrimos para o Muse nos EUA e, antes, para o Chris Cornell. Iniciamos o trabalho nos EUA, porque até hoje não tínhamos selo aqui para este disco. E vamos continuar tocando nos EUA até dezembro."
Juliette não é apenas o rosto e a voz da banda, ela é a líder. "Quando criei o grupo as pessoas pensavam que, por eu ser atriz, alguém fazia tudo por mim. E isso não é verdade. Tenho que tomar decisões sobre cada passo da banda, sobre qual será a estampa das nossas camisetas, como será o set list do disco e se ele vai funcionar e ainda escrevo as músicas", enumera. No fim, ela lembra que "não está sozinha", que é assessorada pela banda.
E como é ser uma líder no meio de quatro homens? "Nós somos músicos em primeiro lugar, é como um time. A música vem antes de tudo, ser mulher ou homem tanto faz. Há um tempo tivemos um baterista que não gostava da idéia de uma mulher ser a líder. Mas os caras agora são ótimos e nos respeitamos muito."

Fogo criativo
A banda se tornou seu foco e a carreira cinematográfica ficou de lado, mas não foi descartada. "Um dia vou voltar para o cinema com certeza", afirma. Entre os filmes de Juliette, estão "Cabo do Medo" e "Assassinos por Natureza".
"Não fiz nada como atriz nesses dois anos. Finalmente estou usando todo meu fogo criativo de um jeito novo. No meu projeto, sou a letrista, a visionária e além de tudo amo minha platéia. Algumas são desafiadoras, outras estranhas ou loucas. É do que tenho mais orgulho."
"Quando montei a banda falei para meu agente que queria ir para o Brasil, porque na minha cabeça naquela época parecia algo tão distante, uma possibilidade tão remota..."
Sobre o Brasil, ela sabe pouco, mas é fã dos nossos lutadores. "Assisto ao Ultimate Fight Championship e há vários brasileiros. Eles são ótimos!"


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