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Juliette Lewis põe fogo em sua carreira
Juliette and the Licks toca no VMB hoje e em outubro no Tim Festival
Atriz-cantora, que fundou a banda há quatro anos, deixou bem-sucedida trajetória no cinema de lado para trabalhar com música
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma jovem atriz que monta
uma banda de rock costuma levantar suspeitas sobre a qualidade de sua música. E se ela tiver no currículo indicação ao
Oscar e filmes de sucesso?
"Não me ajudou em nada ser
atriz", diz Juliette Lewis, 34. Há
quatro anos, ela montou a banda Juliette and the Licks, que
toca hoje à noite na entrega do
VMB e, no fim de outubro,
apresenta-se no Tim Festival.
"Não faria diferença se eu
fosse cozinheira ou mecânica, o
trabalho é o mesmo. O bom é
que muita gente me conhece do
cinema, mas também há quem
ache que, por eu ser atriz, a
banda não é séria ou que o som
seja horrível", diz Juliette.
Não é essa a opinião dos críticos -um deles a descreveu como "PJ Harvey com adrenalina". O segundo álbum da banda, "Four on the Floor", foi elogiado pela imprensa européia e
emplacou ao menos um hit,
"Hot Kiss", parceria de Juliette
e do guitarrista Todd Morse.
"Para o segundo disco, desenvolvemos juntos as letras e
todo o processo de gravações.
Acho que crescemos e nos tornamos melhores. Mas o que
realmente me deixa feliz é que
a maioria das pessoas nos conhecem porque nossos shows
são divertidos e animados."
Há dois anos dormindo em
ônibus e sem folga desde o Natal do ano passado, Juliette não
se cansa de falar da importância que as apresentações ao vivo têm para ela.
"A música agora é tocar ao vivo e encontrar seu público",
diz. "Abrimos para o Muse nos
EUA e, antes, para o Chris Cornell. Iniciamos o trabalho nos
EUA, porque até hoje não tínhamos selo aqui para este disco. E vamos continuar tocando
nos EUA até dezembro."
Juliette não é apenas o rosto
e a voz da banda, ela é a líder.
"Quando criei o grupo as pessoas pensavam que, por eu ser
atriz, alguém fazia tudo por
mim. E isso não é verdade. Tenho que tomar decisões sobre
cada passo da banda, sobre qual
será a estampa das nossas camisetas, como será o set list do
disco e se ele vai funcionar e
ainda escrevo as músicas", enumera. No fim, ela lembra que
"não está sozinha", que é assessorada pela banda.
E como é ser uma líder no
meio de quatro homens? "Nós
somos músicos em primeiro lugar, é como um time. A música
vem antes de tudo, ser mulher
ou homem tanto faz. Há um
tempo tivemos um baterista
que não gostava da idéia de
uma mulher ser a líder. Mas os
caras agora são ótimos e nos
respeitamos muito."
Fogo criativo
A banda se tornou seu foco e
a carreira cinematográfica ficou de lado, mas não foi descartada. "Um dia vou voltar para o
cinema com certeza", afirma.
Entre os filmes de Juliette, estão "Cabo do Medo" e "Assassinos por Natureza".
"Não fiz nada como atriz nesses dois anos. Finalmente estou
usando todo meu fogo criativo
de um jeito novo. No meu projeto, sou a letrista, a visionária e
além de tudo amo minha platéia. Algumas são desafiadoras,
outras estranhas ou loucas. É
do que tenho mais orgulho."
"Quando montei a banda falei para meu agente que queria
ir para o Brasil, porque na minha cabeça naquela época parecia algo tão distante, uma possibilidade tão remota..."
Sobre o Brasil, ela sabe pouco, mas é fã dos nossos lutadores. "Assisto ao Ultimate Fight
Championship e há vários brasileiros. Eles são ótimos!"
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