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FIAC
Ruth Escobar se queixa da desvalorização do real no orçamento da mostra, que neste ano reúne dez grupos
Cultura cigana domina festival em 99
free-lance para a Folha
Durante os próximos 13 dias, a
cultura cigana dá as cartas em São
Paulo. São dez atrações no 8º Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac).
A empresária Ruth Escobar, 64,
calcula em R$ 1,8 milhão o custo
do evento. Ela se queixa da desvalorização do real. "Cerca de 30%
dos gastos estão orçados em dólar", afirma.
Co-realizador do festival, o Serviço Social do Comércio de São
Paulo (Sesc) concentra as atrações em suas principais unidades
(Carmo, Santo Amaro, Interlagos
e Itaquera receberão espetáculos
gratuitos, a maioria ao ar livre).
A companhia espanhola Yerbabuena, liderada pela bailarina de
flamenco Eva Garrido García, é o
destaque da segunda noite do
evento, amanhã.
Em seguida, da região dos Bálcãs, precisamente da Macedônia,
vem a Kocani Orkestar, regida pelo maestro Naat Veliov, que introduz uma certa modernidade ao
repertório tradicional balcânico.
Os músicos da Koumpaneia
Kostas Xalkias moram num vilarejo nas montanhas do Epiro (noroeste da Grécia) e são responsáveis pela animação de festas religiosas e populares.
Canções medievais e inflexões
vocais reminiscentes dos ciganos
da Índia fazem parte da música
do grupo Taraf de Haidouks, da
Romênia.
Os "verdadeiros cantos de origem cigana" constituem a base do
conjunto Kek Lang, da Hungria.
Seus integrantes pertencem à tribo Lavaris, na Planície de Puszta
(a 300 km de Budapeste).
Autor da trilha-sonora do filme
"Underground - Mentiras da
Guerra" (1995), de Emir Kusturica, o músico Goran Bregovic, nascido em Sarajevo, participa do 8º
Fiac acompanhado de uma orquestra de músicos da Sérvia, Bulgária e Polônia.
O compositor Wagner Tiso,
descendente de ciganos, é o único
artista brasileiro escalado na programação.
VALMIR SANTOS
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