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TV Brasil definirá grade sob consulta popular
Emissora pública planeja produzir novelas em 2008
DA REPORTAGEM LOCAL
A programação da TV Brasil,
emissora pública federal prevista para entrar no ar no próximo dia 2 de dezembro, será definida sob consulta pública.
"Não só pela internet, promoveremos ampla campanha
de escuta e troca de opiniões,
para que a cara da TV Brasil não
chegue pronta ao espectador,
mas seja feita com a ajuda dele", disse ontem em São Paulo o
secretário do Audiovisual, Orlando Senna, recém-nomeado
diretor-geral da empresa.
Senna disse que esse método
de programação o "fascina, não
só porque nunca foi feito, mas
porque temos de providenciar
que a TV Brasil seja eqüidistante dos poderes econômico e político, ambos muito perigosos
para uma TV pública".
Para a inauguração, está em
preparação grade com 16 horas
diárias de programação, "sendo
oito horas de produção interna,
quatro de produção regional e
quatro de produção independente", segundo Senna.
Acervo
A emissora lançará mão dos
acervos da Cinemateca Brasileira e do CTAv (Centro Técnico do Audiovisual), bem como
dos títulos do DOCTV, financiados pela Secretaria do Audiovisual. Segundo Senna,
"existe a possibilidade de a TV
Brasil co-produzir filmes".
Ele disse estar em estudo a
hipótese de que os filmes produzidos com benefício das leis
de renúncia fiscal, método que
financia a quase totalidade da
produção nacional, devam ser
automaticamente incorporados à grade da TV pública.
"Isso está em discussão. No
momento, [a determinação é
que] pagamos antecipadamente direitos autorais e patrimoniais, para que os filmes possam ser exibidos", afirmou.
Negociação
Outro ponto "em discussão"
é "o artigo [da Medida Provisória que cria a TV pública] que
obrigaria as operadoras de TV
por assinatura a dedicar um canal à TV Brasil", aspecto em
que ficou demonstrada "a necessidade de negociação".
Senna pretende iniciar a produção de teledramaturgia da
TV Brasil, incluindo novelas e
séries em 2008, ano para o qual
o orçamento reservado à emissora é de R$ 350 milhões.
O secretário disse que se retira da Secretaria do Audiovisual
"muito satisfeito" com os resultados alcançados. "Se não cumprimos todas as metas, avançamos bastante", afirmou.
Ao lado de seu substituto, o
documentarista Silvio Da-Rin,
ele lançou ontem sete editais
de fomento à produção de curtas e longas, no valor de R$ 9,8
milhões, além da terceira edição do programa "Revelando os
Brasis", para produção de vídeos em comunidades de até 20
mil habitantes, e de mais um
pacote de títulos da Programadora Brasil, que abastece cineclubes no país.
(SA)
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