São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2010 |
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música "O Barbeiro de Sevilha" chega a SP em versão pop
GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Não é a primeira vez que "O Barbeiro de Sevilha" encontra uma animação pela frente. Mas, no Brasil, é a primeira vez que ganha encenação com desenho animado ao fundo, em montagem da Companhia Brasileira de Ópera. O projeto tem direção artística do maestro John Neschling, ex-regente e ex-diretor artístico da Osesp, destituído de seu cargo no ano passado. O trabalho já passou por 13 cidades brasileiras e estreia hoje no teatro Alfa. A mais famosa ópera de Gioachino Rossini (1792-1868), com os quiproquós de um barbeiro fanfarrão, já foi tema de episódios do Pernalonga, do Pica-Pau, do Tom & Jerry. Agora ganha versão brasileira, em parceria com Joshua Held, cartunista ítalo-americano pouco afeito a pirotecnias tecnológicas. Na montagem, o elenco de cantores líricos interage com uma animação inclinada ao bufão dos desenhos antigos, o que acentua a vocação pop de "O Barbeiro". A opção estética condiz com a veia cômica de seu autor: Rossini ouviu de Beethoven que seu talento não prestava para "ópera séria". A escolha se justifica também por ser o trabalho inaugural de uma companhia que objetiva amealhar plateias desabituadas com o mundo da música erudita. Embora rejeitem o rótulo da "formação de público", os autores assumem a verve popular. "A obra procura dar abertura para todos os públicos, mas não perde em qualidade artística", diz o produtor José Roberto Walker. Até a última apresentação da turnê, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (28/11), o projeto pretende executar 88 récitas, recorde entre óperas brasileiras. Até hoje, 50 mil espectadores já viram o trabalho. Foram investidos cerca de R$ 10,3 milhões na peça e em suas viagens, dinheiro proveniente do Ministério da Cultura, do Banco do Brasil e da Petrobras. Neschling diz que a continuidade do projeto depende da vontade do próximo governo de continuar a financiá-lo. Em defesa do investimento, o maestro acena com a estabilidade de um elenco. "Quanto mais a companhia se estabelecer, mais os cantores brasileiros terão possibilidade de um trabalho constante e seguro", diz. Além de Neschling, a companhia tem como regentes os maestros Abel Rocha e Victor Hugo Toro. O diretor italiano Pier Francesco Maestrini assina a concepção cênica. Vinte e quatro cantores se revezam, durante as viagens, para completar o elenco de sete intérpretes. E ainda há a orquestra, com 28 músicos. O BARBEIRO DE SEVILHA ONDE teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 0/xx/11/5693-4000) QUANDO hoje, amanhã, 29/ 10 e 30/10, às 21h; dias 31/10 e 2/11, às 19h; dias 1/11 e 3/11, às 21h QUANTO R$ 2 a R$ 80 CLASSIFICAÇÃO livre Texto Anterior: Música: CDs Próximo Texto: Crítica/Erudito: Músicas de Gilberto Mendes confrontam acaso e razão Índice | Comunicar Erros |
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