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Para tcheco,
surrealismo
sobrevive
ADRIANE GRAU
em San Francisco
Conhecido como o mágico do
surrealismo, o animador tcheco
Jan Svankmajer, 63, faz arte na sua
natal Praga desde os anos 50.
Seu mais recente filme, "Conspiradores do Prazer", passa hoje
na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
O cineasta afirma que a estética
surrealista não morreu. Seus filmes, que misturam animação e cenas reais, encantam o mundo desde que, em meados dos anos 80,
escaparam da cortina de ferro que
o isolava no Leste Europeu.
Folha - "Conspiradores do Prazer" parece um pesadelo de gente
grande. Como foi criado?
Jan Svankmajer - Como sabemos, segundo Freud somos todos
perversos. Durante o surgimento
da sexualidade, experimentamos
várias formas de aberrações sexuais. Mesmo após o desenvolvimento da libido, grande parte de
nós fica presa a uma fase anterior.
Nossa civilização suprime isso em
nós. Mas o filme nos força para se
abrir a tais explorações novamente. Por isso, pode dar a impressão
de um pesadelo.
Folha - Tendo sofrido censura anteriormente, o senhor já pensou
em se autocensurar?
Svankmajer - Não, nunca. Naturalmente, o que pode ser apontado como autocensura fez parte
da vida na antiga Tchecoslováquia.
É muito mais confortável para o
sistema transferir tal responsabilidade para o cidadão.
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