|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cauby! Cauby!
O "maior cantor do Brasil" lança CDs e DVD, diz que é "muito simples", mas admite gostar da devoção dos fãs
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguma coisa acontece no
Bar Brahma, no centro de São
Paulo, às 21h30 da última terça-feira. "Ele já chegou?", pergunta o barman de uma das
áreas reservadas da casa de
shows, localizada na esquina da
av. Ipiranga com a av. São João.
"Chegou", responde o garçom.
Alvoroço. Uma cesta de frutas e água sem gelo nem gás são
levadas para a salinha privativa
onde ele se encontra, com espaço para apenas uma mesa, entre as paredes espelhadas.
Um cliente na área ao lado,
reservada e separada do salão
principal por um par de portas
e um corredor, chama alguém
pelo celular e avisa: "Cauby está
aqui do meu lado".
Aos 75 ("anjos não têm idade", informa sua assessora de
imprensa e secretária particular, Nancy Lara), Cauby Peixoto se move com alguma dificuldade e é amparado por assessores até chegar à mesa em que
falará com a Folha sobre seus
próximos lançamentos.
O CD e o DVD ao vivo "Eternamente Cauby", pela gravadora Atração, com clássicos como
"Conceição" e "Bastidores",
chegam às lojas no próximo dia
15. "Cauby Canta Baden", pelo
selo Entrelinhas, com interpretações de Baden Powell, na
semana que vem.
De camisa e terno pretos,
com gravata e bordados dourados, aquele que segundo o "Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira" "é considerado por dez entre dez figuras da MPB como o maior cantor do Brasil" fala sobre a carreira, diz que sua grande conquista foi a devoção dos fãs,
afirma se arrepender de ter
voltado ao Brasil depois de
temporadas nos EUA no final
dos anos 50 e avalia que faltam
cantores de qualidade no país.
Antes de iniciar o show da
noite -Cauby passa entre as
mesas do salão e se encaminha
para o palco cantando "Sampa", de Caetano Veloso-, ele
ainda descreve seus encontros
com os ídolos Nat King Cole e
Frank Sinatra e fala sobre o fato de, "no fundo", ser uma pessoa "muito simples".
Texto Anterior: Guilherme Wisnik: Ponto de fuga Próximo Texto: "Arrependo-me de não ter ficado nos EUA", diz Cauby Índice
|