São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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AC/DC faz maior show do ano no país

Banda australiana fundada em 1973 será assistida por cerca de 70 mil pessoas hoje à noite, no estádio do Morumbi

Grupo já lançou 15 discos e vendeu mais de 200 milhões de cópias; iniciada em outubro de 2008, atual turnê terá 149 datas


Marlene Bergamo/Folha Imagem
Fabio Aguiar, jornalista, guitarrista e fã do AC/DC, em SP

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Duzentos e oitenta e seis anos da história do rock estarão hoje em cima de um gigantesco palco montado no estádio do Morumbi, em São Paulo.
Brian Johnson (vocal), 62, Angus Young (guitarra), 54, Malcolm Young (guitarra), 56, Cliff Williams (baixo), 59, e Phil Rudd (bateria), 55, que formam o AC/DC, realizam às 21h30 o maior show do ano no Brasil.
A banda australiana deve ser assistida por 70 mil pessoas -os 65 mil ingressos colocados à venda inicialmente esgotaram-se em menos de dois dias. Nas últimas semanas, os organizadores puseram à venda outros pequenos lotes de entradas, que também evaporaram (como comparação: em julho, Roberto Carlos levou 68 mil ao Maracanã; no mesmo Morumbi, os teens Jonas Brothers venderam 45 mil ingressos).
Como explicar o fenômeno AC/DC, uma banda que vem ganhando público desde que foi criada, em 1973? Alguns números justificam classificar esse grupo como fenômeno:
1) A banda já lançou 15 discos de estúdio, que venderam mais de 200 milhões de cópias;
2) Apenas "Back in Black" está no toca-discos de 45 milhões de pessoas (segundo estimativas, somente "Thriller", de Michael Jackson, vendeu mais, como disco de estúdio);
3) O álbum mais recente, "Black Ice" (2008), vendeu 7,5 milhões de cópias;
4) A atual turnê, Black Ice World Tour, roda o planeta desde outubro do ano passado e completará 149 shows com mais de 2 milhões de ingressos vendidos. Somente Madonna e U2 devem arrecadar mais com suas apresentações ao vivo.
Para o músico e DJ Kid Vinil, o AC/DC conseguiu agregar fãs de vários estilos. "Quando eu comecei a gostar do AC/DC, no final dos anos 1970, a galera do punk gostava deles pela atitude que o grupo tinha. Com o passar do tempo, pegaram elementos do heavy metal. Além disso, nunca mudaram sua música. Ao ouvir um disco, você tem a impressão de ter ouvido todos."
Um fã característico é Marcus Sfoggia, 42. O veterinário gaúcho é dono de extensa coleção de itens relacionados ao grupo, como libretos de turnês, bandeira, pôsteres, camisetas, DVDs piratas e até um vinil lançado em 1976 e do qual foram prensadas só 600 cópias. "Em 1982, comprei o primeiro disco deles. Me identifiquei na hora com o som e com as letras."
As guitarras potentes de Angus Young e as letras juvenis e de duplo sentido fascinam desde o estudante Anderson Alves, 19, que nem era nascido quando a banda foi fundada, até Rogério Ceni, do São Paulo.
"A música deles de que mais gosto é "You Shook Me All Night Long'", disse Ceni. "Nascido na década de 1970, fui influenciado pelos meus irmãos mais velhos e cresci escutando rock and roll, como AC/DC."
"É uma banda que reflete quem eu sou", afirma Alves. "Os músicos são simples, não são rockstars, não fazem pose, não fazem apologia de drogas."
O jornalista Fabio Massari, que assistiu ao AC/DC em 1984 no festival inglês Monsters of Rock, diz que o grupo ajudou a formar seus conhecimentos de rock. "Essa banda é um triunfo do rock de orientação guitarrística, baseado no blues. Um rock festivo que gera uma identificação com o público. Forjaram um estilo, simples e identificável pela forma que tocam guitarra. Eles nunca inovaram musicalmente ou esteticamente, mas têm uma mágica que angaria gerações e gerações."
"É um som energético, áspero, sem firulas", opina Fabio Aguiar, 33, que divide seu tempo entre o jornalismo e a tarefa de tocar guitarra em uma banda cover do AC/DC. "É rock and roll do começo ao fim."


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