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OPINIÃO
Em queda, grupo se alinha ao humor antiquado da TV
THALES DE MENEZES
EDITOR-INTERINO DA SÃOPAULO
"Casseta & Planeta" vivia
uma inegável crise. A usina
de piadas perdeu a graça.
Não foi apenas desgaste da
fórmula. O grupo foi atingido
pela concorrência em um de
seus pontos fortes: o contato
direto com o público.
As entrevistas com pedestres incautos rendiam boa
parte das risadas no programa. Com o passar dos anos,
os integrantes da trupe e seu
estilo de humor ficaram tão
conhecidos que o público
descobriu como reagir.
Nos últimos tempos, era
comum ver o anônimo na
calçada carioca respondendo a eles com outra piada.
Constranger o entrevistado
ficou mais difícil, e nesse
quesito "Pânico na TV" e
"CQC" deitam e rolam.
A morte de Bussunda foi
um golpe duro. Era o Casseta
mais reconhecível, o favorito
das crianças, herdeiro da tradição de humoristas gordos
desde Oliver Hardy. A falta
que fez ao grupo foi proporcional ao tamanho da pança.
Embora a sátira da novela
continuasse forte, outras
frentes do humor da turma
definharam. Marcas registradas, como os produtos Tabajara, perderam o fôlego.
As sacadas inteligentes
deram lugar a personagens
fixos, mais próximos do humor televisivo antiquado, como Seu Creysson, Carlos Maçaranduba e, mais recentes e
menos engraçados, Acarajete Love e Osama Bin Laden.
Não é fácil ser engraçado
todas as semanas. A memória afetiva do público vai preservar os momentos geniais
do "C&P". E foram muitos.
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