São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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OPINIÃO

Em queda, grupo se alinha ao humor antiquado da TV

THALES DE MENEZES
EDITOR-INTERINO DA SÃOPAULO

"Casseta & Planeta" vivia uma inegável crise. A usina de piadas perdeu a graça. Não foi apenas desgaste da fórmula. O grupo foi atingido pela concorrência em um de seus pontos fortes: o contato direto com o público.
As entrevistas com pedestres incautos rendiam boa parte das risadas no programa. Com o passar dos anos, os integrantes da trupe e seu estilo de humor ficaram tão conhecidos que o público descobriu como reagir.
Nos últimos tempos, era comum ver o anônimo na calçada carioca respondendo a eles com outra piada. Constranger o entrevistado ficou mais difícil, e nesse quesito "Pânico na TV" e "CQC" deitam e rolam.
A morte de Bussunda foi um golpe duro. Era o Casseta mais reconhecível, o favorito das crianças, herdeiro da tradição de humoristas gordos desde Oliver Hardy. A falta que fez ao grupo foi proporcional ao tamanho da pança.
Embora a sátira da novela continuasse forte, outras frentes do humor da turma definharam. Marcas registradas, como os produtos Tabajara, perderam o fôlego.
As sacadas inteligentes deram lugar a personagens fixos, mais próximos do humor televisivo antiquado, como Seu Creysson, Carlos Maçaranduba e, mais recentes e menos engraçados, Acarajete Love e Osama Bin Laden.
Não é fácil ser engraçado todas as semanas. A memória afetiva do público vai preservar os momentos geniais do "C&P". E foram muitos.


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