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ELETRÔNICA
Chega ao Brasil o primeiro disco do DJ Alex Kid, sucessor da geração de ouro da música eletrônica francesa
Nova house francesa não é para as pistas
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
No Brasil da música eletrônica,
dominado pelo drum'n'bass e
tecno, a house é, muitas vezes, sinônimo de som descartável para
pistas. Na direção oposta desse
preconceito, a MCD World Music, que solta um pacote com iguarias francesas como St. Germanin
("Boulevard"), Llorca ("Newcomer") e Aqua Bassino ("Beats and
Bobs"), lança o primeiro disco do
DJ e produtor francês Alex Kid
(ou Alexis Mauri), 27.
Um dos mais badalados do influente selo F Communications [o
maior entre os independentes
franceses", o rapaz com nome de
herói de videogame tinha 22 anos
quando assinou o contrato.
Alex sucede, assim, a geração de
ouro da música eletrônica francesa (a tríade Air, Cassius, Daft
Punk) e dá sugestões de rumos alternativos à house. "Na verdade, a
"nova" geração já convivia com a
"velha" geração. O que aconteceu
foi que nós levamos um pouco
mais de tempo para chamar a
atenção da mídia", diz Alex.
"Atualmente a música da França é mais eclética do que antes, a
house está ficando cada vez mais
interessante, com ramificações
diferentes e selos como Brique
Rouge e Faya Combo."
"Bienvenida", o álbum, surpreende por fugir dos clichês de
pistas de dança. Ao usar recursos
eletrônicos e músicos convidados, o trabalho soa muito mais
como um disco de banda "de verdade". Alex convidou amigos que
tocaram trompete, trombone, saxofone, guitarra e instrumentos
de percussão. A receita francesa,
por fim, deu origem à uma sonoridade profundamente inspirada
em trilhas sonoras de gente como
Bernard Hermann, soul, world
music, funk e jazz latino.
"Antes de mais nada, sou influenciado pelas séries televisivas
dos anos 70 e todos aqueles humores que surgem quando o detetive negro persegue o suspeito
que está comprando cigarros na
esquina", diz Alex.
São poucas as faixas mais dançantes e rápidas que poderiam tocar em uma casa noturna convencional. Neste aspecto, o trabalho
diferencia-se bastante dos sets do
Alex Kid DJ, que tocou no Brasil
em julho. "O disco é mais para ser
ouvido em casa; já meus sets são
sons mais eletrônicos, mais crus."
As intenções de Alex ficam explícitas na capa de "Bienvenida",
que mostra o interior de uma loja
de discos com ambientação de
danceteria. "É uma forma de dar
as boas-vindas ao meu mundo
musical", explica. "Não há um
conceito claro no disco. É apenas
a história de humores diferentes,
como na vida real. A vida não é
sempre triste ou feliz."
Para as pessoas felizes e tristes, a
boa notícia é que o DJ também
desembarca aqui no Brasil e apresenta-se no próximo dia 10 no Lov.e Club & Lounge (r. Pequetita,
189, Vila Olímpia, São Paulo, tel.
0/xx/11/3044-1613. Ingr.: R$ 20 a
R$ 30). A festa, que marca o lançamento de seu disco no Brasil começa à 0h e terá ainda os DJs Paula, Erik Camelo, Renato Cohen e
Mau Mau. É hora de conferir a tal
discotecagem mais pesada e
"crua".
BIENVENIDA - Artista: Alex Kid. Lançamento: MCD World Music. Quanto:
R$ 27, em média.
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