São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 2009

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Cecília Dassi vive "primeira mulher" na TV

Famosa desde os 7 anos, atriz que cresceu na frente das câmeras diz que o público ainda estranha vê-la em papel sensual

Aos 20 anos, ela faz o papel de Clarisse em "Viver a Vida", da Globo, e diz que é a personagem mais diferente de si que já interpretou

VITOR MORENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Meu Deus, mas como assim ela está namorando? Ainda é uma criança. Até ontem estava brincando de boneca!"
A atriz Cecília Dassi, 20, diz entender a reação de parte do público que se assusta quando a vê na pele de Clarisse, em "Viver a Vida", da Globo.
"Já vi crianças crescerem, tanto na TV quanto fora dela, e também fico sempre com essa sensação", afirma.
Cecília ficou famosa aos sete anos como Sandrinha, filha do alcoólatra Orestes (Paulo José) e da amarga Lídia (Regina Braga), de "Por Amor" (1997).
Da época, diz lembrar-se da "correria" para decorar os textos e de "escolher os arquinhos para o cabelo que combinavam mais com a roupa".
De lá para cá, a atriz acumulou oito novelas no currículo, além de participações em seriados e outros programas de TV.
Quem seguiu as novelas da Globo na última década presenciou vários momentos da vida da atriz. Um deles, declarou, foi seu primeiro beijo, que ocorreu na frente das câmeras, com o ator Kayky Brito em "O Beijo do Vampiro" (2002).
"Cresci fazendo isso, o que é uma sorte de poucas pessoas que também gostam da mesma coisa que eu [atuar]", explica.
Para a colega de elenco Klara Castanho, de nove anos, que vem chamando a atenção em "Viver a Vida", assim como ela fez em "Por Amor", Cecília diz não precisar dar nenhum conselho. "O que eu daria ela já segue", afirma. "Seria que ela não deixasse de ser criança."

Questão de tempo
Agora, Cecília acredita estar vivendo uma virada em sua carreira e que é "questão de tempo" até as pessoas se acostumarem a vê-la no papel de mulher.
"O fato de ela ter uma relação com um homem mais velho, de as roupas explorarem o corpo, de ter cenas na cama, de eu estar mais amadurecida... Acho que esses fatores vão fazer com que as pessoas mudem a forma de olhar pra mim e se conformem com o fato de que o tempo passou", diz a atriz.
Clarisse, segundo Cecília, é a personagem mais diferente dela mesmo que a atriz já interpretou. "Ela está em outro universo de personalidade. Esse traço dela de querer provocar, de querer se sentir desejada, é com certeza o mais distante de mim que eu já cheguei", diz.
"Estaria mentindo se dissesse que estou tirando de letra, mas estou amando esse friozinho na barriga", afirma Cecília, que se considera "muito" tímida e diz não gostar de decotes "para não chamar a atenção".
"Achei que fosse ser dificílimo fazer cenas de calcinha", conta. Mas a timidez some no estúdio: "Na hora da cena, eu nem lembro com que roupa estou, isso não me passa pela cabeça. E enquanto não estou, fico de roupão".
Ela diz ser uma admiradora do trabalho de Manoel Carlos, autor em cujas novelas ela estreou -como menina e como mulher. "É uma honra enorme estar com ele novamente", diz.


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