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Cecília Dassi vive "primeira mulher" na TV
Famosa desde os 7 anos, atriz que cresceu na frente das câmeras diz que o público ainda estranha vê-la em papel sensual
Aos 20 anos, ela faz o papel de Clarisse em "Viver a Vida", da Globo, e diz que é a personagem mais diferente de si que já interpretou
VITOR MORENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Meu Deus, mas como assim
ela está namorando? Ainda é
uma criança. Até ontem estava
brincando de boneca!"
A atriz Cecília Dassi, 20, diz
entender a reação de parte do
público que se assusta quando a
vê na pele de Clarisse, em "Viver a Vida", da Globo.
"Já vi crianças crescerem,
tanto na TV quanto fora dela, e
também fico sempre com essa
sensação", afirma.
Cecília ficou famosa aos sete
anos como Sandrinha, filha do
alcoólatra Orestes (Paulo José)
e da amarga Lídia (Regina Braga), de "Por Amor" (1997).
Da época, diz lembrar-se da
"correria" para decorar os textos e de "escolher os arquinhos
para o cabelo que combinavam
mais com a roupa".
De lá para cá, a atriz acumulou oito novelas no currículo,
além de participações em seriados e outros programas de TV.
Quem seguiu as novelas da
Globo na última década presenciou vários momentos da vida da atriz. Um deles, declarou,
foi seu primeiro beijo, que
ocorreu na frente das câmeras,
com o ator Kayky Brito em "O
Beijo do Vampiro" (2002).
"Cresci fazendo isso, o que é
uma sorte de poucas pessoas
que também gostam da mesma
coisa que eu [atuar]", explica.
Para a colega de elenco Klara
Castanho, de nove anos, que
vem chamando a atenção em
"Viver a Vida", assim como ela
fez em "Por Amor", Cecília diz
não precisar dar nenhum conselho. "O que eu daria ela já segue", afirma. "Seria que ela não
deixasse de ser criança."
Questão de tempo
Agora, Cecília acredita estar
vivendo uma virada em sua carreira e que é "questão de tempo" até as pessoas se acostumarem a vê-la no papel de mulher.
"O fato de ela ter uma relação
com um homem mais velho, de
as roupas explorarem o corpo,
de ter cenas na cama, de eu estar mais amadurecida... Acho
que esses fatores vão fazer com
que as pessoas mudem a forma
de olhar pra mim e se conformem com o fato de que o tempo
passou", diz a atriz.
Clarisse, segundo Cecília, é a
personagem mais diferente dela mesmo que a atriz já interpretou. "Ela está em outro universo de personalidade. Esse
traço dela de querer provocar,
de querer se sentir desejada, é
com certeza o mais distante de
mim que eu já cheguei", diz.
"Estaria mentindo se dissesse que estou tirando de letra,
mas estou amando esse friozinho na barriga", afirma Cecília,
que se considera "muito" tímida e diz não gostar de decotes
"para não chamar a atenção".
"Achei que fosse ser dificílimo fazer cenas de calcinha",
conta. Mas a timidez some no
estúdio: "Na hora da cena, eu
nem lembro com que roupa estou, isso não me passa pela cabeça. E enquanto não estou, fico de roupão".
Ela diz ser uma admiradora
do trabalho de Manoel Carlos,
autor em cujas novelas ela estreou -como menina e como
mulher. "É uma honra enorme
estar com ele novamente", diz.
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