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São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003
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Hagar faz 30 anos menos horrível
EMILIANO URBIM DA REDAÇÃO Há quase 30 anos estreava a tira "Hagar, o Horrível", criada por Dik Browne (1917-1989). Surgidas em 4 de fevereiro de 1973, as aventuras bélicas e domésticas de um bárbaro imaturo, rude e glutão foram sucesso mundial imediato. Hoje, Hagar é traduzido para 13 línguas, publicado em cerca de 2.000 jornais (incluindo a Folha) de 58 países. No Brasil, o viking é editado pela L&PM, que está relançando "Hagar, O Horrível", e "O Melhor do Hagar", compilações dos anos 70 e início dos 80. Apesar do sucesso duradouro, o cartunista Chris Browne, 51, filho de Dik, disse, em entrevista por telefone, que o personagem está menos bárbaro do que deveria. "Hagar teria de ser mais ríspido. Gostaria de vê-lo um pouco mais cabeludo e mais grosso. Ele se tornou mais civilizado conforme o tempo passou." Chris assumiu "Hagar" quando Dik se aposentou, em 1988. Foram sete anos à frente da tira, até ter uma desavença conceitual, em 1995, com seus irmãos Sally, 46, e Chance (também cartunista), 53. Desde então, Chris só desenha "Hagar, o Horrível". Quem escreve é Bud Jones, cartunista veterano que não revela a idade (Chris crê que ele tenha mais de 70) e não discute se Hagar está mais civilizado ou não: "Tento seguir com o bom trabalho de Dik", diz. Frustrado por causa da crise com os irmãos, Chris foi chorar as mágoas para Charles Schulz (1922-2000), criador de Snoopy. Eles se encontraram na Califórnia em 1997. Da conversa nasceu "Raisin" Duncan", tira sobre um casal que cria um cachorro. Mesmo com seu próprio "filho" para criar, Chris ainda tem teorias sobre Hagar na ponta da língua. "Há similaridade entre o apelo de Hagar e o da "Família Soprano" [série de TV sobre clã de mafiosos]. Tony Soprano é um Hagar moderno. Hagar sai, faz coisas terríveis, volta para casa, e a mulher pergunta: "como foi o trabalho?", e ele diz: "você não quer saber". Não é o que fazemos por um teto sobre nossas cabeças e pão na mesa? É o fardo do homem." HAGAR, O HORRÍVEL. De: Dik Browne. Editora: L&PM. Quanto: R$ 7 (86 págs.). O MELHOR DO HAGAR. De: Dik Browne. Editora: L&PM. Quanto: R$ 12 (88 págs). Texto Anterior: Quadrinhos: Mauldin personificava o "soldado-cidadão" Próximo Texto: Memória: Dik Browne foi ilustrador antes de criar o viking Índice |
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