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Mario Queiroz investe no rústico; Renato Loureiro olha para os 60
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A São Paulo Fashion Week de
inverno 2003 começou ontem
com o desfile masculino de Ricardo Almeida.
Passado o efeito Gisele, em que
a grande expectativa era mesmo a
presença da modelo na passarela
do estilista, a atenção passou para
a moda, e o público especializado
pôde se concentrar nos lançamentos para a estação.
São 40 desfiles, realizados até sábado no prédio da Bienal, no parque Ibirapuera e no hotel Unique.
O masculino é a tônica deste
primeiro dia, e tanto Ricardo Almeida quanto Mario Queiroz
mostraram coleções exclusivamente para homens.
A Ellus, que encerraria o dia
também com seu masculino, acabou optando por mostrá-lo em
corpos femininos.
A principal tendência bate com
o novo governo Lula: modelos
barbudos para todo lado, em todas as marcas.
Almeida aproveita a atenção
conseguida com os ternos do presidente e apresenta uma coleção
em que o paletó e a gravata são as
estrelas, em lã risca-de-giz.
A sobriedade e os tons escuros
prevalecem. Anderson Dornelles,
o bonitão da última estação, abre
o desfile com Paulo Ferreira, com
faixas na cabeça e cabelo bem liso.
Mario Queiroz investiu no look
rústico, quase rural, com cores de
fazenda, botinas e trilha sonora
do Cordel do Fogo Encantado.
Bem Brasil. Acertou nas calças,
jeans e detonadas, e nos agasalhos
de moletom, conversando com o
esportivo.
O rústico no masculino será
uma das idéias mais fortes desta
São Paulo Fashion Week.
O estilista mineiro Renato Loureiro olhou para os anos 60, numa
simpática coleção de vestidos limpos, de comprimento pelo joelho,
resgatando seu famoso trabalho
de tricô, que andava meio esquecido, ganhando efeito de tweed.
Café-com-leite
A nota estranha do dia ficou por
conta da estréia de Pedro Coelho
Lourenço, 12, à frente da marca
Carlota Joakina, a segunda linha
de sua mãe, Gloria Coelho, que
também desfila no evento, bem
como seu pai, Reinaldo Lourenço
(ambos hoje).
E como analisá-lo? Como capricho infantil, não deixa de ser bizarro reunir toda a indústria de
moda para assistir ao desfile de
uma criança. Como marca, fica
tudo com um jeito assim café-com-leite, e, portanto, não deveria pertencer ao maior e mais importante evento de moda da
América Latina.
Veja mais fotos dos desfiles na Folha
Online (www.folha.com.br/especial/2003/fashionweek/)
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