Fuga à Meia-Noite
Globo, 16h20.    
(Midnight Run). EUA, 88, 122 min. Direção: Martin Brest. Com Robert de Niro, Charles Grodin, Yaphet Kotto. Jack Walsh (De Niro) é um caçador de recompensas encarregado de levar um contador da Máfia (Grodin) de Nova York a Los Angeles. Por apego à convenção, quando mais não seja, a Máfia obviamente tentará matar o homem. Além do show habitual de Robert de Niro, diga-se que Brest é um diretor eficiente, que coloca em relevo suas estrelas sem perder de vista o conjunto do filme.

Octopus - A Ameaça do Mar
Record, 22h15.  
(Octopus). EUA, 2000, 100 min. Direção: John Eyres. Com Jay Harrington, David Beecroft. Submarino transportando terrorista é apanhado por um polvo gigantesco, o que possibilita, entre outras, a fuga do prisioneiro, tão previsível quanto necessária ao desenvolvimento da trama.

Acusados
SBT, 23h15.    
(Accused). EUA, 88, 108 min. Direção: Jonathan Kaplan. Com Jodie Foster, Kelly McGillis. Por ser sensual, Jodie é estuprada por freqüentadores de um bar. Em vez de vítima, é tratada como culpada. É Kelly McGillis, promotora, quem lutará para virar o jogo. Meio óbvio como proposição, o filme vive essencialmente de suas atrizes.

A Casa Amaldiçoada
Globo, 23h30.  
(The Haunting). EUA, 99, 112 min. Direção: Jan de Bont. Com Liam Neeson, Lili Taylor, Catherine Zeta-Jones. Cientista leva três jovens a mansão para seus experimentos científicos que, previsivelmente, não entrarão para a história da ciência. Já o filme quer ser um terror com elenco famoso, o que não é próprio do gênero. Foi execrado por crítica, público, bilheteiros e lanterninhas. Inédito.

O Violino Vermelho
SBT, 1h30.   
(The Red Violin). Canadá/Itália, 98, 150 min. Direção: François Girard. Com Carlo Cecchi, Greta Scacchi, Irene Grazioli. A história de um violino ao longo de três séculos? Ou três séculos através da história desse violino? Filme com muito boas referências. A conferir, se possível.

Parceiros por Acaso 2
Globo, 3h40.  
(Bloodhounds 2). EUA, 96. Direção: Stuart Cooper. Com Corbin Bernsen, Nia Peeples, Ian Tracey. Com a ajuda de uma ex-tira, escritor de romances policiais tenta capturar "serial killer" especializado em estupradores que, segundo seu juízo, não foram punidos na intensidade que deveriam ser.

Viagem Mortal
SBT, 4h.    
(Deadly Voyage). EUA, 96. Direção: John MacKenzie. Com Omar Epps, Joss Ackland. Clandestinos que embarcam em Gana num navio russo, em outubro de 1992, são massacrados pela tripulação, que teme as consequências de ter clandestinos a bordo. Sobra apenas um sobrevivente para contar a história. Feito para TV a cabo. Só para São Paulo.

TV PAGA

Painel revela complexidade da obra de Siodmak

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O Telecine Classic tem o hábito de programar vários filmes de um mesmo diretor (ou ator) no mesmo dia. Nem sempre é interessante, mas no caso de Robert Siodmak (1900-1973) a proposta para hoje é tudo o que se pode querer, devido à diversidade oferecida.
Vamos começar dizendo que Siodmak não é um sujeito com biografia simples. É um alemão nascido em Dresden que fez sua carreira na virada dos anos 30. Com a chegada de Hitler ao poder, passou a trabalhar na França. E com a invasão da França pela Alemanha, regressou afinal ao seu país.
É claro que esse périplo ainda poderá ser mais explorado, um dia, pelos canais a cabo. Mas a amostragem americana que nos é oferecida hoje já deixa tonto.
Começa por "Férias de Natal". Quem levar a sério título corre o risco de se decepcionar seriamente. Pior, também o elenco, Deanna Durbin e Gene Kelly, nos leva a crer em algo mais suave que a história de um casamento complicado entre uma jovem e um aristocrata mais que complicado. O filme é escrito por Herman Mankiewicz a partir de Somerset Maugham, e por aí já temos um leve indício de que não se trata de uma diversão familiar.
Mais próximo disso está "Mulher Satânica", aventura com Maria Montez em dois papéis. "Os Assassinos" é a obra-prima do lote, primor de "film noir", pela complexidade dos personagens e felicidade da execução.
Bem ambíguo, por fim, é "Deportado", em que um gângster é deportado dos EUA para sua Itália natal e, lá, é recebido como herói, ao final da guerra.
Já se vê por aí que, apesar de toda a diversidade típica do cinema de estúdio, Siodmak gostava de encarar filmes complexos. E, se não eram, até por um certo interesse, cuidava de assim torná-los -caso de "Mulher Satânica".