DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 34 anos, Alain de Botton continua com sua fama de máquina de fazer livros. O sétimo deles, desde 1993, se chamará "Status Anxiety" e está saindo nos próximos dias no Reino Unido.
O trabalho surgiu de uma pergunta simples (e banal): por que trabalhamos tão duro? Botton diz que a resposta imediata seria a igualmente simplista: trabalhamos por dinheiro, oras bolas. "Passamos finais de semana no escritório, respondemos e-mails alucinados, no penduramos no telefone noite adentro porque não temos escolha. Temos de pagar o aluguel, alimentar as crianças e a mulher", explica o próprio.
Mas existe outra resposta para a questão, acena o autor. Muito da razão pela qual trabalharíamos tão loucamente, segundo ele, não seria desejo por dinheiro, mas uma incontrolável vontade de ter status.
Segundo Botton, a palavra "status" deriva do latim "statum", que se refere a "sustentação", a "ficar de pé" -"o que num sentido mais amplo é "ficar de pé" diante dos olhos dos outros, do mundo."
"Existe uma razão crucial psicológica sobre por que precisamos de status: o modo como nos sentimos com relação aos outros depende profundamente de como os outros se sentem sobre nós", fala o autor.
"A aprovação de todos promove a "auto-aceitação", sua condeção o "auto-ódio'", continua Botton. "Apenas alguns poucos personagens da história administraram o ódio extremo dos outros sobre eles. Sócrates e Jesus são dois exemplos. Mas nós não chegamos nem perto de Sócrates ou Jesus. Queremos status." (CEM)


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