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MUNDO DE BACO
Os bons (e poucos) emergentes espanhóis
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Não há dúvida que alguns
países europeus continuam
estendendo as fronteiras das regiões onde elaboram vinhos finos.
Um deles é a Itália, onde começam a surgir -em áreas como a
Puglia, ou a Sicília, que produziam principalmente vinhos comuns, para serem vendidos a granel- ótimos exemplares com
boa relação custo-benefício e que
em alguns casos (especialmente
sicilianos) chegam a militar no time dos melhores vinhos da Bota.
O mesmo acontece no sul da
França, região que sempre esteve
afastada dos grandes nomes vinícolas gauleses e que hoje dá origem a alguns goles bem feitos e
com preços mais em conta.
A Espanha não está fora do fenômeno. Além das renomadas
Rioja e Ribera Del Duero, berço
dos melhores (e mais caros) vinhos do país, outras regiões desconhecidas ocupam espaço na
arena dos vinhos de qualidade.
Isso não deixa de ser uma boa
notícia, mas vale o lembrete: é
preciso tomar certo cuidado na
escolha desses vinhos de regiões
emergentes, já que tanto podem
ser encontradas boas surpresas
como grandes decepções.
Para a coluna de hoje, dedicada
às novidades dessas províncias vinícolas espanholas em ascensão
(com preços inferiores a US$ 20),
11 amostras foram degustadas.
Três ganharam um lugar no primeiro grupo, o das boas surpresas. As restantes, infelizmente,
apenas me deixaram intrigado
em saber por que vinhos tão inexpressivos são importados...
Entre os destaques, há um tinto
de Somontano (região com cerca
de 3.000 hectares de vinhedos, localizada no canto nordeste da península Ibérica): o Viñas Del Vero
Tinto 2000. É um vinho elaborado
com um corte de uvas moristel,
tempranillo e cabernet sauvignon, tem corpo médio, aroma e
sabor frutado simples, de boa intensidade e paladar macio.
Outros dois tintos, mas de Toro,
um conjunto de vinhedos situado
no noroeste da Espanha, completam o trio: o Dehesa Gago 2000 e o
Veja Sauco Crianza 97.
A edição 2000 do Dehesa, menos concentrada do que em safras
anteriores, tem aroma agradável
marcado por frutas vermelhas,
presentes também no paladar um
pouco alcoólico, mas que mantém bom equilíbrio. O Veja Sauco
é um pouco mais complexo e concentrado. Fortes pinceladas de
madeira (baunilha, cedro) e fruta
(ameixas maduras) dominam seu
aroma e paladar.
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