São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 2002

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MUNDO DE BACO

Os bons (e poucos) emergentes espanhóis

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Não há dúvida que alguns países europeus continuam estendendo as fronteiras das regiões onde elaboram vinhos finos. Um deles é a Itália, onde começam a surgir -em áreas como a Puglia, ou a Sicília, que produziam principalmente vinhos comuns, para serem vendidos a granel- ótimos exemplares com boa relação custo-benefício e que em alguns casos (especialmente sicilianos) chegam a militar no time dos melhores vinhos da Bota.
O mesmo acontece no sul da França, região que sempre esteve afastada dos grandes nomes vinícolas gauleses e que hoje dá origem a alguns goles bem feitos e com preços mais em conta.
A Espanha não está fora do fenômeno. Além das renomadas Rioja e Ribera Del Duero, berço dos melhores (e mais caros) vinhos do país, outras regiões desconhecidas ocupam espaço na arena dos vinhos de qualidade.
Isso não deixa de ser uma boa notícia, mas vale o lembrete: é preciso tomar certo cuidado na escolha desses vinhos de regiões emergentes, já que tanto podem ser encontradas boas surpresas como grandes decepções.
Para a coluna de hoje, dedicada às novidades dessas províncias vinícolas espanholas em ascensão (com preços inferiores a US$ 20), 11 amostras foram degustadas. Três ganharam um lugar no primeiro grupo, o das boas surpresas. As restantes, infelizmente, apenas me deixaram intrigado em saber por que vinhos tão inexpressivos são importados...
Entre os destaques, há um tinto de Somontano (região com cerca de 3.000 hectares de vinhedos, localizada no canto nordeste da península Ibérica): o Viñas Del Vero Tinto 2000. É um vinho elaborado com um corte de uvas moristel, tempranillo e cabernet sauvignon, tem corpo médio, aroma e sabor frutado simples, de boa intensidade e paladar macio.
Outros dois tintos, mas de Toro, um conjunto de vinhedos situado no noroeste da Espanha, completam o trio: o Dehesa Gago 2000 e o Veja Sauco Crianza 97.
A edição 2000 do Dehesa, menos concentrada do que em safras anteriores, tem aroma agradável marcado por frutas vermelhas, presentes também no paladar um pouco alcoólico, mas que mantém bom equilíbrio. O Veja Sauco é um pouco mais complexo e concentrado. Fortes pinceladas de madeira (baunilha, cedro) e fruta (ameixas maduras) dominam seu aroma e paladar.



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