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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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CRÍTICA

CD é sofisticado e objetivo

DA REPORTAGEM LOCAL

Qualquer desconfiança prévia cai por terra já à primeira audição de "Com Ela", de Lanlan. Dona das mil e uma habilidades dos bons percussionistas, surpreende como cantora/autora ao elaborar uma original combinação entre o que se chama comumente de "pop" e de "arte".
Lanlan sabe dosar sofisticação musical e espírito pop, em rocks de letras e melodias simples, diretas, objetivas. É herdeira de Cássia, e, sem superá-la em densidade, parte de um ponto além daquele em que estava com Eller.
O modo solto como aborda sexualidade gay, afeto e cultura pop leva a MPB a patamar de ineditismo. Isso se comprova até musicalmente, por rocks-batuques ("100 Xurumela", "É Melhor") que peitam a tradição baiana, mas dispensando o dom abusivo de trios elétricos impositivos.
Frequenta o bom humor ("Bilhete", "Bicharada"), mas enfrenta a melancolia sem ranços de autopiedade. Tristeza serena adocica "Perdi Tudo", "Broto", "Com Ela" e a vinheta final de abandono e sedução ("Vai sair de fininho/ vai me deixar..."). Culmina em "Ela Me Falou", que, mesmo anterior à morte de Cássia, parece feita sob medida para lamentar o insondável. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Com Ela    
Artista: Lanlan
Lançamento: Maianga
Quanto: R$ 25, em média



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