São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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"Pixote", 25, tem documentário e edição em DVD

DA REPORTAGEM LOCAL

No cinema de Hector Babenco, a trajetória de um herói trágico tem um precedente inesquecível. "Pixote -A Lei do Mais Fraco" (1981) estabeleceu um incômodo paralelo entre a ficção e a vida real, quando Fernando Ramos da Silva, intérprete do personagem-título, morreu em suposta troca de tiros com a polícia, em 1987.
No longa, que projetou o cineasta internacionalmente, Ramos da Silva vivia um garoto sujeito à criminalidade nas ruas de São Paulo, com passagens pela Febem.
A edição em DVD, comemorativa dos 25 anos de lançamento do filme, está sendo preparada pelo diretor.
Do que seria material extra do disco, despontou com vida autônoma o documentário "Pixote - In Memoriam".
O filme de Felipe Briso e Gilberto Topczewski tem sessão hoje, no Rio de Janeiro, e amanhã, em São Paulo, no festival É Tudo Verdade, no qual integra a competição de longas brasileiros.
No documentário, Babenco relembra a escolha de Ramos da Silva, então garoto, para viver Pixote. "Ele possuía uma tristeza congênita, uma alma ferida, que nenhum ator era capaz de propor". Foi o que ele argumentou com a preparadora de elenco Fátima Toledo, contrária à escalação de um menino sem experiência no cinema. Toledo lembra no filme a hesitação que ela expressou ao diretor: "Mas aquele nem lê, mal fala".
Da viúva de Ramos da Silva, Cida Venâncio, vem a revelação mais contundente do documentário. "Ele não via o filme até o final. Dizia que, se o visse até o final, a história dele iria acabar."


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