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Gravações explicam a trajetória do compositor
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pixinguinha em cinco momentos e sete músicas:
Primeiro, jovem flautista e
compositor, em 1917, gravando
"Rosa". "Valsa, pelo grupo Pixinguinha, Casa Edison, Rio de
Janeiro", anuncia o locutor.
Valsa chorada, ultramoderna, a flauta brincando em duelo
com o violão, com o charme das
gravações mecânicas. A letra,
que consagraria a música por
todo o século, só viria em 1937,
mas a melodia estava lá, na exuberância da interpretação, criada por um músico de 20 anos.
Segundo, 1923, Oito Batutas
já formados e notórios, registrando "Urubu", motivo popular, favorito dos improvisadores. Com os jovens Batutas em
ebulição de criatividade, fazendo um choro puladinho e empolgante, a flauta virtuose de
Pixinguinha alternando staccatos e legatos. 26 anos, gigante.
Terceiro, Orquestra Típica
Donga-Pixinguinha, 1928. Com
a sofisticada orquestra de estúdio, já mestre dos arranjos e registros elétricos, gravou não só
o sublime choro "Lamentos"
como uma composição que carregava inédita há anos, tão bela
e moderna que revolucionária:
"Carinhoso". Acusações de
americanismo eram comuns,
mas não inexatas: enquanto
Louis Armstrong plantava as
raízes do jazz, Pixinguinha pegava o que interessava do estilo.
Quarto, em 1930 criando o
arranjo do primeiro megahit de
Carmen Miranda, "Taí", e, em
1936, regendo "Pierrô Apaixonado", com Joel e Gaúcho.
Eram os Diabos do Céu, formados para acompanhar cantores
da RCA Victor, sob a batuta e
com as orquestrações festivas e
elegantes do diretor musical da
gravadora, Pixinguinha.
Quinto, auge passado, flauta
aposentada, novo ápice em dupla com Benedito Lacerda. Entre outras clássicas, em 1946 registraram "1 x 0" -composição
de Pixinguinha de 1919 sobre
uma final de campeonato de futebol. O sax tenor criando sem
parar e fazendo impressionantes contracantos para solos de
flauta de Benedito, nova camada de genialidade à sua música.
Isso, além de todo o resto.
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