DENISE MOTA
da Redação

"Vertigo - Um Corpo que Cai" foi restaurado em versão 70 mm. No Brasil, o filme vai ser visto tecnicamente pela metade.
Isso porque não existem mais, no país, salas com equipamentos de exibição para 70 mm, que oferecem maior nitidez de imagem e têm quase o dobro do tamanho da tela para filmes de 35 mm.
O único cinema que ainda exibia filmes com bitola de 70 mm era o Comodoro, criado na década de 50 e extinto no último dia 23.
Na época em que o sistema foi extinto, a CIC Cinemas (coligada à distribuidora UIP e proprietária da sala) se justificou dizendo que as cópias de filmes em 70 mm, importadas, eram dez vezes mais caras (custavam US$ 20 mil) do que as versões para 35 mm (US$ 2 mil).
A "truncagem" de "Um Corpo que Cai" no Brasil é decorrente desse entrave econômico.
"Se importássemos a cópia em 70 mm, pagaríamos uns US$ 18 mil. A versão em 35 mm custou cerca de US$ 1.500", diz Jorge Peregrino, diretor da UIP. "Se o lançamento dependesse da manutenção da milimetragem original, a reestréia do filme seria inviável."
"Um Corpo que Cai" passou por uma restauração de US$ 1 milhão, que durou dois anos.
"As pessoas que viram o filme antes, não o viram como está agora, com todos os efeitos visuais dos anos 90", afirmou James Katz, um dos responsáveis pela restauração. No Brasil, esses efeitos não vão ser apreciados integralmente.

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