São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2000


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ARTES PLÁSTICAS
Museu do Chiado, em Lisboa, inaugura hoje mostra com obras de Tarsila, Segall e Brecheret
Portugal olha para o Brasil moderno

da Reportagem Local

Portugal inaugura hoje no Museu do Chiado, em Lisboa, a mostra "Olhares Modernistas", em que aborda a produção artística levada adiante durante um período muito profícuo da cultura brasileira: a Semana de Arte Moderna de 1922.
A mostra faz parte do ciclo "Brasil, Brasis: Cousas Notáveis e Espantosas", que conta ainda com outras duas exposições: "A Construção do Brasil 1500-1825", inaugurada em 8 de março último em Lisboa, e "O Jardim do Éden", que abordará a flora, fauna e características geológicas do país na época do Descobrimento. Essa segunda mostra acontecerá no refeitório do Mosteiro dos Jerônimos em 18 de janeiro de 2001.
O ciclo tem curadoria dos professores portugueses Joaquim Romero de Magalhães e Tiago Reis Miranda.
"Pensamos em montar em Portugal mostras que apresentassem o Brasil que seria mais interessante para os portugueses, aquele que mais poderia espantá-los hoje, assim como aconteceu entre os séculos 16 e 19", disse Reis Miranda à Folha em visita recente ao Brasil. O curador e historiador português possui relação intensa com o Brasil, pois fez licenciatura, mestrado e doutoramento em história na USP.
""Olhares Modernistas" é sobre o período em que se acentuaram os esforços de emancipação cultural e estética do Brasil, a partir da Semana de 22. Foi nesse período que aconteceu um resgate de aspectos culturais no país, como a presença negra e indígena em sua formação", complementou.
Serão apresentadas cerca de 90 obras, dispostas em quatro segmentos temáticos. O segmento Princípios destaca obras de Anita Malfatti e Brecheret. A seguir, em "A Explosão Tropical", estão Tarsila do Amaral e Lasar Segall, em que se destacam a explosão das cores e de motivos ligados à natureza brasileira. Um destaque do terceiro segmento, Urbanidades, é a obra "Chorinho", da década de 40, de Portinari, que pertence ao museu do Chiado. O segmento que fecha a mostra é "Reinvenção da História", que além de obras de fundo histórico, como de Portinari, exibe ainda livros clássicos, como "Casa-Grande & Senzala", de Gilberto Freyre.
A seleção das obras é bastante acurada. De Tarsila do Amaral, por exemplo, apresenta desenhos, pastéis e quatro telas, algumas pouco vistas no Brasil, como "La Gare" (1925) e "Morro da Favela" (1924). De Lasar Segall, são 25 obras, entre desenhos, gravuras e uma tela ("Bananal", um clássico do acervo da Pinacoteca do Estado de SP).
"Esse ciclo de exposições é uma oportunidade para que os dois povos olhem com um pouco mais de atenção para a sua história recente e para as suas culturas de uma maneira mais intensa", disse o curador Reis Miranda. "Olhares Modernistas" fica em cartaz em Lisboa até 28 de junho.
(CELSO FIORAVANTE)

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