|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTES PLÁSTICAS
Museu do Chiado, em Lisboa, inaugura hoje mostra com obras de Tarsila, Segall e Brecheret
Portugal olha para o Brasil moderno
da Reportagem Local
Portugal inaugura hoje no Museu
do Chiado, em Lisboa, a mostra
"Olhares Modernistas", em que
aborda a produção artística levada adiante durante um período
muito profícuo da cultura brasileira: a Semana de Arte Moderna
de 1922.
A mostra faz parte do ciclo
"Brasil, Brasis: Cousas Notáveis e
Espantosas", que conta ainda
com outras duas exposições: "A
Construção do Brasil 1500-1825",
inaugurada em 8 de março último
em Lisboa, e "O Jardim do Éden",
que abordará a flora, fauna e características geológicas do país na
época do Descobrimento. Essa segunda mostra acontecerá no refeitório do Mosteiro dos Jerônimos em 18 de janeiro de 2001.
O ciclo tem curadoria dos professores portugueses Joaquim
Romero de Magalhães e Tiago
Reis Miranda.
"Pensamos em montar em Portugal mostras que apresentassem
o Brasil que seria mais interessante para os portugueses, aquele que
mais poderia espantá-los hoje, assim como aconteceu entre os séculos 16 e 19", disse Reis Miranda
à Folha em visita recente ao Brasil. O curador e historiador português possui relação intensa com o
Brasil, pois fez licenciatura, mestrado e doutoramento em história
na USP.
""Olhares Modernistas" é sobre
o período em que se acentuaram
os esforços de emancipação cultural e estética do Brasil, a partir
da Semana de 22. Foi nesse período que aconteceu um resgate de
aspectos culturais no país, como a
presença negra e indígena em sua
formação", complementou.
Serão apresentadas cerca de 90
obras, dispostas em quatro segmentos temáticos. O segmento
Princípios destaca obras de Anita
Malfatti e Brecheret. A seguir, em
"A Explosão Tropical", estão Tarsila do Amaral e Lasar Segall, em
que se destacam a explosão das
cores e de motivos ligados à natureza brasileira. Um destaque do
terceiro segmento, Urbanidades,
é a obra "Chorinho", da década
de 40, de Portinari, que pertence
ao museu do Chiado. O segmento
que fecha a mostra é "Reinvenção
da História", que além de obras
de fundo histórico, como de Portinari, exibe ainda livros clássicos,
como "Casa-Grande & Senzala",
de Gilberto Freyre.
A seleção das obras é bastante
acurada. De Tarsila do Amaral,
por exemplo, apresenta desenhos, pastéis e quatro telas, algumas pouco vistas no Brasil, como
"La Gare" (1925) e "Morro da Favela" (1924). De Lasar Segall, são
25 obras, entre desenhos, gravuras e uma tela ("Bananal", um
clássico do acervo da Pinacoteca
do Estado de SP).
"Esse ciclo de exposições é uma
oportunidade para que os dois
povos olhem com um pouco mais
de atenção para a sua história recente e para as suas culturas de
uma maneira mais intensa", disse
o curador Reis Miranda. "Olhares
Modernistas" fica em cartaz em
Lisboa até 28 de junho.
(CELSO FIORAVANTE)
Texto Anterior: Rádio: Internet "ressuscita" a Fluminense FM Próximo Texto: Música: Nova Orleans homenageia o país Índice
|