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ARTES PLÁSTICAS
Evento focado em modernos e contemporâneos começa com um representante estrangeiro e sem alguns brasileiros
Desfalcada, feira reúne 41 galerias em SP
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Finalmente não vamos mais
competir com penicos de ouro",
brinca a marchand Paula Petrarca, que participa da SP Arte, feira
dedicada à arte moderna e contemporânea, que é aberta, hoje,
para o público, em São Paulo.
Apesar de ser o centro do mercado da arte no Brasil, São Paulo
não tinha uma feira dedicada só à
produção moderna e contemporânea. O Salão de Arte e Antigüidade da Hebraica, que existe há
mais de dez anos, mescla vários
estilos e, de fato, coloca expoentes
da produção nacional ao lado de
objetos decorativos. Tentativa de
feira nos moldes da SP Arte foi organizada em 2002, pela extinta
BrasilConnects, de Edemar Cid
Ferreira, durante a 25ª Bienal,
mas não houve continuidade.
Apesar de contar com 41 galerias, a SP Arte dá seus primeiros
passos sem conseguir reunir algumas das galerias paulistanas com
maior prestígio no mercado da
produção contemporânea, como
Luiza Strina, Fortes Vilaça e Millan Antonio, representantes de
nomes fundamentais como Cildo
Meireles, Ernesto Neto, Adriana
Varejão, Marepe e Tunga.
"Não participo, pois já tomo
parte de várias feiras internacionais, é impossível realizar todas as
feiras existentes", diz André Millan. "Essas galerias têm foco no
mercado internacional, mas eu
acho que o mercado internacional
é importante, só que não se pode
deixar de trabalhar com o interno", conta Fernanda Dinamarco
Feitosa, diretora-geral da feira.
Colecionadora há dez anos, Feitosa, que viveu na Argentina, onde há 14 anos é realizada a ArteBa,
feira dedicada à arte moderna e
contemporânea, usou o modelo
portenho como inspiração para a
SP Arte. "A feira pode funcionar
como um primeiro contato para
colecionadores, pois abarca uma
diversidade num só local."
Mesmo sem as galerias pesos
pesados, alguns dos artistas por
elas representados estão à venda
em outros espaços, em geral galerias que possuem obras desses artistas em seu acervo, caso de Tunga, que está em duas galerias, ou
Cildo Meireles, em outras três.
Entretanto, há outras galerias
também importantes na cena
contemporânea e no mercado internacional, caso de Nara Roesler
e Ricardo Trevisan. "Estou achando essa feira mais bem organizada
que a Arco [na Espanha]", diz
Trevisan. Para o galerista, há uma
grande vantagem na realização de
uma feira em São Paulo: "Aqui,
posso mudar as obras no decorrer
da feira, pois não há dificuldades
para o transporte. Vou alterar os
trabalhos exibidos todos os dias".
Seguindo os padrões das feiras
internacionais, a SP Arte conta
com uma programação paralela,
ainda modesta, com painel de debates e mostra de videoarte, disponíveis em www.sp-arte.com.
Ao contrário da BrasilConnects,
a SP Arte já aposta na sua continuidade. No próximo ano, também no primeiro semestre, a feira
já tem data agendada no pavilhão
da Bienal e espera aumentar o número de galerias, especialmente
internacionais, que nesta primeira edição conta apenas com a uruguaia Sur. "Gostaria de, daqui a
dez anos, ser uma marca tão forte
como a Arco e a Basel, mas sei que
é preciso tempo. Afinal a Basel já
existe há 35 anos", diz Feitosa.
SP Arte
Quando: hoje e amanhã, das 14h às 22h;
sáb. e dom., das 12h às 20h
Onde: pavilhão da Bienal (portão 3 do
pq. Ibirapuera, tel. 0/xx/11/3032-7576)
Quanto: R$ 15
Patrocinadores: Vivo e Unibanco
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