São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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"Rastros de Ódio" é obra máxima de John Ford

Filme chega às bancas no domingo, pela Coleção Folha Clássicos do Cinema

Considerado um dos melhores "westerns", longa traz John Wayne em ótima atuação, no papel de um homem vingativo


DA REPORTAGEM LOCAL

Praticamente ignorado pela crítica -e pelo Oscar- na época de seu lançamento, "Rastros de Ódio" é hoje considerado um dos melhores "westerns" já feitos e a obra-prima do diretor John Ford (1894-1973).
O filme, que compõe o 11º volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, respeita as características do gênero, mas, ao mesmo tempo, é capaz de alargar seus limites.
Os "westerns" de John Ford ajudaram a forjar o mito da América: "Uma epopeia localizada no tempo (século 19, basicamente), consistindo da empreitada de homens brancos tentando aproveitar economicamente o território ocupado pelos índios", escreve o crítico da Folha Inácio Araujo, no ensaio que acompanha o DVD neste volume da coleção, disponível a partir de domingo.
"Rastros de Ódio" é uma odisseia de cores fortes, cuja complexidade dá novos rumos ao gênero. O filme narra a saga de Ethan (John Wayne, em uma de suas melhores atuações no cinema), que durante sete anos procura sua sobrinha Debbie (Natalie Wood, em um de seus primeiros papéis no cinema), raptada por índios. Ethan é movido pelo ressentimento e pelo desejo de vingança. Em uma das cenas mais fortes do filme, ele atira no rosto de um índio recém-enterrado e justifica sua atitude: sem os olhos, segundo a própria crença indígena, seu espírito vagará pela eternidade.
Sem "Rastros de Ódio", não seria possível imaginar, por exemplo, um filme como "Os Imperdoáveis", o faroeste crepuscular que Clint Eastwood realizou em 1992, cujo protagonista traz muitos dos traços do personagem de Ethan.


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