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"Rastros de Ódio" é obra máxima de John Ford
Filme chega às bancas no domingo, pela Coleção Folha Clássicos do Cinema
Considerado um dos melhores "westerns", longa traz John Wayne em ótima atuação, no papel de um homem vingativo
DA REPORTAGEM LOCAL
Praticamente ignorado pela
crítica -e pelo Oscar- na época de seu lançamento, "Rastros
de Ódio" é hoje considerado
um dos melhores "westerns" já
feitos e a obra-prima do diretor
John Ford (1894-1973).
O filme, que compõe o 11º volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, respeita as características do gênero, mas, ao mesmo tempo, é
capaz de alargar seus limites.
Os "westerns" de John Ford
ajudaram a forjar o mito da
América: "Uma epopeia localizada no tempo (século 19, basicamente), consistindo da empreitada de homens brancos
tentando aproveitar economicamente o território ocupado
pelos índios", escreve o crítico
da Folha Inácio Araujo, no ensaio que acompanha o DVD
neste volume da coleção, disponível a partir de domingo.
"Rastros de Ódio" é uma
odisseia de cores fortes, cuja
complexidade dá novos rumos
ao gênero. O filme narra a saga
de Ethan (John Wayne, em
uma de suas melhores atuações
no cinema), que durante sete
anos procura sua sobrinha
Debbie (Natalie Wood, em um
de seus primeiros papéis no cinema), raptada por índios.
Ethan é movido pelo ressentimento e pelo desejo de vingança. Em uma das cenas mais fortes do filme, ele atira no rosto
de um índio recém-enterrado e
justifica sua atitude: sem os
olhos, segundo a própria crença indígena, seu espírito vagará
pela eternidade.
Sem "Rastros de Ódio", não
seria possível imaginar, por
exemplo, um filme como "Os
Imperdoáveis", o faroeste crepuscular que Clint Eastwood
realizou em 1992, cujo protagonista traz muitos dos traços do
personagem de Ethan.
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