São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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"Charlie e Lola" invade o palco com magia em 2D

Animação do Discovery Kids sobre dois irmãos ganha versão teatral no shopping Eldorado a partir de 4 de julho

Direitos da peça, produzida pela BBC, foram comprados por Luciano Huck, que ainda quer fazer montagem sobre o brasileiro "Peixonauta"

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada como um jovem pai para patrocinar um espetáculo infantil. Joaquim completou quatro anos em março; Benício tem um ano e sete meses. Durante uma viagem de férias em Londres, tendo de entreter as crianças, Luciano Huck entrou no teatro Polka para ver uma peça recomendada por um jornal local. Era "Charlie e Lola", baseada nos premiados livros da inglesa Lauren Child e produzida pela BBC. Ainda por cima, a história tinha o apelo de ser exibida no Brasil pelo Discovery Kids. "Fiquei encantado com aquela experiência teatral tão lúdica. Então comprei os direitos para trazer para o Brasil", conta Huck, diretamente de um zoológico em Buenos Aires, onde novamente distraía seus pequenos. "Também acho legal ter uma referência do dia-a-dia deles por poderem ver personagens que conhecem da TV." Como não tinha experiência em teatro, Huck se associou à produtora Aventura, que criou um braço para produções infantis. Para a direção, convidou o responsável pela montagem original: Roman Stefanski. O inglês desembarcou em São Paulo há 20 dias para selecionar o elenco e familiarizá-lo com os bonecos. O tempo é curto. Até a estreia, no dia 4 de julho, no teatro das Artes (shopping Eldorado), terão sido só quatro semanas de ensaio. Um aspecto importante é que os bonecos foram criados como são no desenho: em 2D, daí as preocupações com a posição de cada uma das mãos e o movimento dos olhos dos fantoches. "É isso que dá vida à encenação. Não adianta chacoalhar os bonecos. Você tem de passar alma para eles", comenta Stefanski. Na história, a pequena Lola, de cinco anos, tem de arrumar seu quarto, mas se distrai com monstros, confusões e um amigo que só existe na sua cabeça, chamado Soren Lorenson, que aparece em versão cinzenta para separá-lo do "mundo real". O paciente Charlie, o irmão de sete anos, é escalado para garantir o cumprimento da tarefa. Como no desenho, nenhum adulto aparece em cena. Há ainda um apuro no texto e na linguagem, mantendo inclusive os erros infantis. "Nem sempre a gente consegue manter a graça do jeito de Lola falar. Algumas coisas se perdem na tradução. Em compensação, a manipulação é universal", compara o diretor Stefanski. "A criança sempre te coloca com os pés de volta no chão. Mesmo no momento mais mágico da peça, ela pode se divertir enquanto disseca tudo o que está vendo no palco. É um público muito crítico", conta ele. "Charlie e Lola, a Peça" custou R$ 1,5 milhão e vai cumprir temporada até novembro em São Paulo. Depois segue para o Rio. Mas as crianças ainda demoram a crescer. E então? Huck pensa em adquirir um teatro para abrigar os futuros espetáculos. No radar, está o desenho brasileiro "Peixonauta", também do Discovery Kids, que estreou liderando o Ibope entre crianças de 4 a 11 anos. As negociações ainda estão no começo. "Eu me animo por ser uma coisa 100% brasileira. Mas ainda estamos no zero, desenvolvendo o roteiro. Só depois vamos definir o formato." Vai ser mais uma franquia da telinha para os palcos.


CHARLIE E LOLA, A PEÇA

Quando: de 4 de julho a 1º de novembro; sáb. e dom., às 11h e às 16h
Onde: teatro das Artes - shopping Eldorado (av. Rebouças, 3.970, Cerqueira César, tel. 0/xx/11/3034-0075)
Quanto: R$ 50 (R$ 25 na meia-entrada)
Classificação: livre (recomendado para crianças de três a nove anos)




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