|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Charlie e Lola" invade o palco com magia em 2D
Animação do Discovery Kids sobre dois irmãos ganha versão teatral no shopping Eldorado a partir de 4 de julho
Direitos da peça, produzida pela BBC, foram comprados por Luciano Huck, que ainda quer fazer montagem sobre o brasileiro "Peixonauta"
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada como um jovem pai para patrocinar um espetáculo infantil. Joaquim completou quatro anos em março; Benício
tem um ano e sete meses.
Durante uma viagem de férias em Londres, tendo de entreter as crianças, Luciano
Huck entrou no teatro Polka
para ver uma peça recomendada por um jornal local. Era
"Charlie e Lola", baseada nos
premiados livros da inglesa
Lauren Child e produzida pela
BBC. Ainda por cima, a história
tinha o apelo de ser exibida no
Brasil pelo Discovery Kids.
"Fiquei encantado com
aquela experiência teatral tão
lúdica. Então comprei os direitos para trazer para o Brasil",
conta Huck, diretamente de
um zoológico em Buenos Aires,
onde novamente distraía seus
pequenos. "Também acho legal
ter uma referência do dia-a-dia
deles por poderem ver personagens que conhecem da TV."
Como não tinha experiência
em teatro, Huck se associou à
produtora Aventura, que criou
um braço para produções infantis. Para a direção, convidou
o responsável pela montagem
original: Roman Stefanski.
O inglês desembarcou em
São Paulo há 20 dias para selecionar o elenco e familiarizá-lo
com os bonecos. O tempo é curto. Até a estreia, no dia 4 de julho, no teatro das Artes (shopping Eldorado), terão sido só
quatro semanas de ensaio.
Um aspecto importante é que
os bonecos foram criados como
são no desenho: em 2D, daí as
preocupações com a posição de
cada uma das mãos e o movimento dos olhos dos fantoches.
"É isso que dá vida à encenação.
Não adianta chacoalhar os bonecos. Você tem de passar alma
para eles", comenta Stefanski.
Na história, a pequena Lola,
de cinco anos, tem de arrumar
seu quarto, mas se distrai com
monstros, confusões e um amigo que só existe na sua cabeça,
chamado Soren Lorenson, que
aparece em versão cinzenta para separá-lo do "mundo real".
O paciente Charlie, o irmão
de sete anos, é escalado para garantir o cumprimento da tarefa. Como no desenho, nenhum
adulto aparece em cena.
Há ainda um apuro no texto e
na linguagem, mantendo inclusive os erros infantis. "Nem
sempre a gente consegue manter a graça do jeito de Lola falar.
Algumas coisas se perdem na
tradução. Em compensação, a
manipulação é universal",
compara o diretor Stefanski.
"A criança sempre te coloca
com os pés de volta no chão.
Mesmo no momento mais mágico da peça, ela pode se divertir enquanto disseca tudo o que
está vendo no palco. É um público muito crítico", conta ele.
"Charlie e Lola, a Peça" custou R$ 1,5 milhão e vai cumprir
temporada até novembro em
São Paulo. Depois segue para o
Rio. Mas as crianças ainda demoram a crescer. E então?
Huck pensa em adquirir um
teatro para abrigar os futuros
espetáculos. No radar, está o
desenho brasileiro "Peixonauta", também do Discovery Kids,
que estreou liderando o Ibope
entre crianças de 4 a 11 anos.
As negociações ainda estão
no começo. "Eu me animo por
ser uma coisa 100% brasileira.
Mas ainda estamos no zero, desenvolvendo o roteiro. Só depois vamos definir o formato."
Vai ser mais uma franquia da
telinha para os palcos.
CHARLIE E LOLA, A PEÇA
Quando: de 4 de julho a 1º de novembro; sáb. e dom., às 11h e às 16h
Onde: teatro das Artes - shopping Eldorado (av. Rebouças, 3.970, Cerqueira César, tel. 0/xx/11/3034-0075)
Quanto: R$ 50 (R$ 25 na meia-entrada)
Classificação: livre (recomendado para crianças de três a nove anos)
Texto Anterior: Barbixas tem programa na Mtv com Mion Próximo Texto: "Ben 10" ganha espetáculo no Credicard Índice
|