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Família de Jackson pede segunda autópsia
Parentes querem saber mais sobre o que levou à morte do popstar e esclarecer envolvimento de médico particular
Cardiologista que estava na casa do cantor no momento da morte reaparece e finalmente se encontra com a polícia de Los Angeles
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES
A família de Michael Jackson, morto na quinta em Los
Angeles aos 50 anos e em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, pediu que
fosse realizada uma segunda
autópsia no corpo do cantor. A
informação foi dada pelo líder
religioso Jesse Jackson, amigo
da família, e confirmada pela
polícia de Los Angeles.
Os familiares querem saber
mais -e mais rapidamente-
sobre o que levou à sua morte.
Querem saber também que papel teve no episódio o médico
particular, Conrad Murray,
contratado a pedido de Jackson
pela AEG Live, produtora dos
shows que ele faria em Londres
em julho. O cardiologista teria
sido o último a vê-lo com vida.
Já a AEG busca saber se havia
a presença de drogas no corpo
de Jackson, o que anularia o
contrato de seguro assinado
pelo músico. O novo exame, feito por uma empresa particular,
foi concluído ontem, de acordo
com o "Los Angeles Times".
O escritório do legista de Los
Angeles havia liberado na noite
de anteontem o corpo de Jackson para a família do artista, depois de completar a autópsia
oficial, que durou três horas.
Segundo os legistas, ele usava
remédios vendidos sob receita
médica -não especificaram
quais- e resultados preliminares não detectaram sinais de
traumas externos ou ferimentos propositais.
Os resultados completos, que
dirão se havia drogas ou substâncias suspeitas no corpo do
cantor no momento de sua
morte, devem sair dentro de
quatro a seis semanas.
Amigos e pessoas ligadas à família dizem que Jackson era viciado em remédios contra dor e
tomava injeções de Demerol,
uma poderosa droga similar à
morfina. O médico e guru de
autoajuda Deepak Chopra afirmou que o músico estava viciado em Oxycontin, um opiáceo,
e que pediu receitas para ele,
Chopra, que as negou.
Médico reaparece
A polícia de Los Angeles continua a investigação, ainda considerada não-criminal. Ontem,
ouviu o cardiologista Murray,
que havia desaparecido. O encontro com os detetives começou às 16h locais (20h de Brasília). O médico compareceu
acompanhado de advogados,
embora a polícia diga que, por
enquanto, ele não é suspeito.
O escritório do legista busca
saber por que Murray evitou
assinar o óbito de Jackson, como manda a lei. Já a polícia
apreendeu o carro que ele usava na manhã de quinta, em busca de drogas e remédios. Na
sexta, revistou a casa que Jackson alugava, mas não encontrou drogas ilegais ou seringas.
Os detetives querem saber
também que tipo de cuidados
ele prestou ao músico quando
da parada cardiorrespiratória.
Segundo a transcrição do telefonema para o serviço de emergência, Jackson recebia massagem cardiorrespiratória na cama, não em uma superfície dura como o chão, procedimento
básico do qual o médico deveria
ter conhecimento.
A agência de notícias Associated Press atribuiu a um amigo da família a informação de
que Jackson teria sido vítima
de infarto. Pessoas que acompanharam o cantor no último
dia de ensaios, na quarta em
Los Angeles, disseram que ele
parecia bem. Mas um de seus
irmãos, Marlon, disse que naquela noite ele se sentiu mal.
Exames
Há três meses, antes de assinar o contrato milionário para
a série de shows, que ele considerava uma volta por cima depois de percalços financeiros,
Jackson foi submetido a uma
bateria de exames a pedido dos
produtores. Nada de anormal
foi detectado.
Dias antes da morte de Jackson, o cardiologista enviou carta se despedindo dos pacientes
que atendia em Las Vegas.
Murray iria acompanhar Jackson na extensa turnê inglesa.
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