São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Família de Jackson pede segunda autópsia

Parentes querem saber mais sobre o que levou à morte do popstar e esclarecer envolvimento de médico particular

Cardiologista que estava na casa do cantor no momento da morte reaparece e finalmente se encontra com a polícia de Los Angeles

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

A família de Michael Jackson, morto na quinta em Los Angeles aos 50 anos e em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, pediu que fosse realizada uma segunda autópsia no corpo do cantor. A informação foi dada pelo líder religioso Jesse Jackson, amigo da família, e confirmada pela polícia de Los Angeles.
Os familiares querem saber mais -e mais rapidamente- sobre o que levou à sua morte. Querem saber também que papel teve no episódio o médico particular, Conrad Murray, contratado a pedido de Jackson pela AEG Live, produtora dos shows que ele faria em Londres em julho. O cardiologista teria sido o último a vê-lo com vida.
Já a AEG busca saber se havia a presença de drogas no corpo de Jackson, o que anularia o contrato de seguro assinado pelo músico. O novo exame, feito por uma empresa particular, foi concluído ontem, de acordo com o "Los Angeles Times".
O escritório do legista de Los Angeles havia liberado na noite de anteontem o corpo de Jackson para a família do artista, depois de completar a autópsia oficial, que durou três horas.
Segundo os legistas, ele usava remédios vendidos sob receita médica -não especificaram quais- e resultados preliminares não detectaram sinais de traumas externos ou ferimentos propositais.
Os resultados completos, que dirão se havia drogas ou substâncias suspeitas no corpo do cantor no momento de sua morte, devem sair dentro de quatro a seis semanas.
Amigos e pessoas ligadas à família dizem que Jackson era viciado em remédios contra dor e tomava injeções de Demerol, uma poderosa droga similar à morfina. O médico e guru de autoajuda Deepak Chopra afirmou que o músico estava viciado em Oxycontin, um opiáceo, e que pediu receitas para ele, Chopra, que as negou.

Médico reaparece
A polícia de Los Angeles continua a investigação, ainda considerada não-criminal. Ontem, ouviu o cardiologista Murray, que havia desaparecido. O encontro com os detetives começou às 16h locais (20h de Brasília). O médico compareceu acompanhado de advogados, embora a polícia diga que, por enquanto, ele não é suspeito.
O escritório do legista busca saber por que Murray evitou assinar o óbito de Jackson, como manda a lei. Já a polícia apreendeu o carro que ele usava na manhã de quinta, em busca de drogas e remédios. Na sexta, revistou a casa que Jackson alugava, mas não encontrou drogas ilegais ou seringas.
Os detetives querem saber também que tipo de cuidados ele prestou ao músico quando da parada cardiorrespiratória. Segundo a transcrição do telefonema para o serviço de emergência, Jackson recebia massagem cardiorrespiratória na cama, não em uma superfície dura como o chão, procedimento básico do qual o médico deveria ter conhecimento.
A agência de notícias Associated Press atribuiu a um amigo da família a informação de que Jackson teria sido vítima de infarto. Pessoas que acompanharam o cantor no último dia de ensaios, na quarta em Los Angeles, disseram que ele parecia bem. Mas um de seus irmãos, Marlon, disse que naquela noite ele se sentiu mal.

Exames
Há três meses, antes de assinar o contrato milionário para a série de shows, que ele considerava uma volta por cima depois de percalços financeiros, Jackson foi submetido a uma bateria de exames a pedido dos produtores. Nada de anormal foi detectado.
Dias antes da morte de Jackson, o cardiologista enviou carta se despedindo dos pacientes que atendia em Las Vegas. Murray iria acompanhar Jackson na extensa turnê inglesa.


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