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Prêmio homenageia conjunto da obra
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao anunciar a homenagem ao
cineasta Manoel de Oliveira com a
entrega do Leão de Ouro pelo
conjunto da obra, a organização
da 61ª Mostra de Veneza disse que
o diretor ajudou a "redefinir a
modernidade e marcou profundamente o cinema no século 20".
Mas Oliveira segue dando mostras de que, para ele, um século de
cinema não é o bastante. O diretor
estreará no festival que o homenageia seu quinto título realizado
no século 21. "O Quinto Império
-°Ontem como Hoje", baseado na
obra teatral "El-Rei Sebastião"
(1949), de José Régio (1901-1969),
sucede "Um Filme Falado"
(2003), "O Princípio da Incerteza"
(2002), "Vou para Casa" (2001) e
"Porto da Minha Infância" (2001).
A história de Oliveira com o festival italiano é longa. Lá, ele recebeu um Leão de Ouro por "Le
Soulier de Satin" (1985). "Depois
disso, já apresentei cerca de uma
meia dúzia de outros filmes em
Veneza, e outros tantos no Festival de Cannes", lembra o diretor.
Na mostra italiana, foi premiado novamente em 1991, quando o
Grande Prêmio do júri recaiu sobre "A Divina Comédia", e teve
suas mais recentes participações
no ano passado, quando competiu com "Um Filme Falado", e em
2001, ano em que apresentou o
ensaio afetivo em que confronta
suas memórias com as transformações arquitetônicas de sua cidade natal, "Porto da Minha Infância".
Principiante
Embora veteraníssimo em festivais, o diretor os acompanha com
entusiasmo de principiante, circulando pelas mostras e cumprindo agenda de entrevistas.
Em 2001, ao receber o prêmio
paralelo Robert Bresson, conferido por organismos pertencentes
ao Vaticano, Oliveira fez ironia
com a própria condição de não-religioso e declarou que tinha 92
anos, mas se sentia "com 29, o que
é muito pouco tempo para saber
algo da vida e do cinema".
Além de Oliveira, o festival deste
ano (1/9 a 11/9) homenageará o
norte-americano Stanley Donen,
80, autor, entre outros, de "Sete
Noivas para Sete Irmãos" (1954).
Júri
Os premiados da competição
oficial serão definidos por um júri
presidido pelo inglês John Boorman ("O Alfaiate do Panamá") e
composto pelo diretor alemão
Wolfgang Becker ("Adeus Lênin"), o norte-americano Spike
Lee ("Faça a Coisa Certa"), o italiano Mimmo Calopresti ("Prefiro o Barulho do Mar"), o sérvio
Dusan Makavejev ("Montenegro"), as atrizes Helen Mirren e
Scarlett Johansson e os produtores Pietro Scalia e Xu Feng.
A retrospectiva deste ano será
dedicada à "História Secreta do
Cinema Italiano (1960-1980)",
com pelo menos 30 títulos.
Com agências internacionais
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