DA REDAÇÃO

O promotor Gordon Auchinloss disse ontem que o cantor Michael Jackson, 45, construiu seu rancho Neverland (Terra do Nunca), na cidade de Santa Barbara, com o objetivo de seduzir, seqüestrar e molestar crianças sexualmente.
A afirmação foi feita durante a audiência que reúne os representantes de acusação e dedefesa e tem como intuito definir se há evidências suficientes para o caso ter prosseguimento. Detalhes da ação não podiam ser revelados para o público até então por ordem do juiz da Corte Superior do condado de Santa Barbara Rodney Melville.
Thomas Mesereau Jr., o advogado responsável pela defesa de Jackson, afirmou que o júri do caso ironizaria a acusação "porque ela é ridícula".
O promotor Auchinloss disse que Neverland foi transformada em "um enorme parque de diversões voltado para seduzir e atacar crianças". No rancho, de acordo com o promotor, Jackson teria molestado sexualmente o garoto John Doe, que aparece de mãos dadas com o cantor no polêmico documentário "Vivendo com Michael Jackson", à época com 12 anos de idade, e principal testemunha de acusação do caso.
Auchinloss acrescentou que a repercussão do documentário do britânico Martin Bashir, exibido pela primeira vez em fevereiro de 2003, fez com que Jackson convidasse Doe e sua família para visitar seu rancho e tentasse manipulá-los para que fizessem declarações favoráveis a ele. O cantor ainda teria servido uma bebida alcoólica ao garoto em uma tentativa de molestá-lo sexualmente.
O juiz Rodney Melville ouviu os argumentos das duas partes por uma hora e meia e disse que iria se pronunciar posteriormente sobre a audiência de hoje.
A defesa de Michael Jackson tenta o adiamento do julgamento em quatro meses em razão do "volume de material apresentado pela promotoria", o que levaria uma nova data para o começo do próximo ano. Os advogados afirmaram que o conteúdo da acusação tem como objetivo "derrubar uma celebridade de grande porte". O julgamento está inicialmente marcado para o dia 13 de setembro.
Gordon Auchinloss disse que não faria oposição a um adiamento, desde que fosse baseado em "semanas, não meses".
Em audiência realizada no dia 30 de abril, Michael Jackson se declarou inocente do conjunto de dez acusações que envolvem molestamento sexual infantil, tentativa de fornecer agente tóxico a uma criança e conspiração com objetivo de coação, cárcere privado e seqüestro de uma criança, em eventos ocorridos entre 1º de fevereiro e 31 de março de 2003. O cantor está em liberdade após ter pago fiança de US$ 3 milhões.